Sempre comentei sobre a gravidez calma, nada de sustos, ou enjoos.
Dava até pra esquecer que eu estava grávida se não fosse a barriga crescendo, rs.
Dava...
Fazem algumas semanas que o cansaço veio morar em mim. Não falo só de sono (até pq vivo entra a brincadeira gato e rato, hora com sono, hora insone), mas daquele cansaço físico, fadiga muscular, dor na pelve... aquele combo de dores que te fazem parecer uma sucata, rs!
Como eu pretendo tirar a licença maternidade aos 45 do segundo tempo, ainda estou trabalhando. Apesar de não ter um emprego que exija muita ousadia do meu físico, são longas 8 horas de trabalho, sentada (numa cadeira cruel), o que me faz chegar em casa no final do dia parecendo que apanhei.
Essa semana veio dolorida demais, de segunda pra cá não encontro posição alguma que me conforte, e passei a ser a grávida mais "reclamona" do Brasil.
Só que ontem foi a gota d´água!
Fui me deitar perto das 23:00h, até achar um jeitinho na cama que não me fizesse reclamar, devo ter cochilado coisa de uma hora, até me acordar com uma cãibra surreal nas duas pernas, sendo na perna esquerda a dor mais violenta. Chamei Marcelo pra me ajudar (o lado bom do homem jogar bola é esse, eles sabem amenizar cãibras), passamos uns 10 minutos duelando com a cãibra que não cessava, ai eu desabei...
Chorei de dor.
Chorei como Maria Cecília chora, querendo colo mesmo, talvez até por manha, mas chorei principalmente de cansaço, de dor, de sono.
Só chorei.
Até Maria acordou preocupada com o pq do meu chororô (a coisa mais linda do mundo).
Depois de domar a cãibra, fui pra sala, caminhei, sentei, levantei... doía tudo, quadril, pelves, costas, pernas... quase me juntei e me atirei fora, rs!
Até pegar no sono de novo foi uma novela. Acordei cedo, com a necessidade de ir trabalhar, mas Marcelo me convenceu que hoje não daria, que eu tinha chegado no ápice do cansaço e chegou a cogitar antecipar a minha licença (o que está fora de questão). Ok. Concordei em descansar, só que havia a necessidade de ligar pra minha médica, talvez eu precisasse de um remédio, de qualquer recomendação, ou até mesmo, de palavras que me fizessem crer que tudo ia ficar bem.
Ai começou o "looping" de decepções.
Vale salientar que escolhi essa médica (não vou citar nomes) depois de uma pesquisa na internet, liguei pra pedir referências e tudo mais. Mas, desde o comecinho nunca senti a confiança necessária, sabe? Eu tinha uma mania danada de comparar ela ao médico que cuidou da gravidez da Maria (que é de outra cidade, por isso não pude ser assistida por ele novamente), e Marcelo me convenceu de que eu devia dar uma chance.
Eu devia ter confiado no meu "feeling".
Quando ela atendeu o telefone, fui me identificando, disse meu nome, plano de saúde e com quantas semanas de gestação eu estava, tentando assim fazer com que ela recordasse de mim (duvido muito!), quando comecei a tentar explicar o que eu sentia, fui cortada, ela me mandou ir para a emergência da "MINHA MATERNIDADE", questionei qual seria a maternidade, sem paciência ela devolveu: "Você que tem que saber qual maternidade seu plano da cobertura.". Fim de papo.
Tive que segurar o choro, dar uma respirada.
Comentei com Marcelo o diálogo nada amigável, mas decidi que iria a emergência, afinal de contas eu ainda tava com dores, e agora com uma puta dor de cabeça.
Chegando na tal maternidade, a demora no atendimento foi absurda, mas ok.
Quando enfim sou chamada, sou atendida por um médico de cara fechada, que já foi me questionando sobre um possível trabalho de parto, questionando se havia sangue, perca de líquido... e fazendo pouco caso das minhas dores.
Mesmo assim fui submetida ao toque. Ao retornar pra sala, me disse que eu tinha sintomas que podiam ser do parto, entretanto o colo do útero estava fechado, e tudo que eu tinha era normal (oi?), o que ele podia fazer por mim (a voz dele tinha tom de: "estou fazendo favor"), era me passar um remédio e pronto.
Marcelo foi questionar sobre um possível repouso, ai veio a ignorância final...
"Não vou dar atestado nenhum, ela não está doente, o que eu posso fazer, é dar uma declaração do horário em que ela esteve aqui"
A sensação que eu tive era de que ele estava me tratando como uma mentirosa, sai de lá engasgada e ainda com dores.
Ok.
Ao chegar em casa falei com a minha médica, disse que conforme ela tinha dito fui a tal emergência, fui mega mal atendida, além de questionada sobre o que fazia numa emergência se nem estava em trabalho de parto (como se eu fosse vidente e conseguisse adivinhar sobre isso), contei do remédio que me foi passado e de que como o meu repouso foi desdenhado e ironizado.
Ao chegar em casa falei com a minha médica, disse que conforme ela tinha dito fui a tal emergência, fui mega mal atendida, além de questionada sobre o que fazia numa emergência se nem estava em trabalho de parto (como se eu fosse vidente e conseguisse adivinhar sobre isso), contei do remédio que me foi passado e de que como o meu repouso foi desdenhado e ironizado.
Ela por sua vez, me falou que eu podia tomar o remédio, que ele serviria para amenizar as dores, e que ela podia me ceder o repouso, com tanto que eu fosse no seu consultório e pegasse COM SUAS SECRETÁRIAS O ATESTADO. Ainda me sugeriu que eu avisasse antes quantos dias EU ACHAVA NECESSÁRIO.
Uma piada? Não, não.
Isso mesmo, sem tocar um dedo em mim, nem olhar pra minha cara, ela iria me dar quantos dias eu achasse necessário (devemos levar em consideração de que a médica era ela).
Como se todo meu problema fosse a porra de um atestado. (desculpem, mas em certas frases palavrão se faz necessário).
Nem preciso comentar sobre a sensação de abandono que eu senti, né?
Caso eu tivesse em trabalho de parto, teria tido meu filho com esse plantonista do mal, ela nem saberia, pois não me ligou hora nenhuma e nem muito menos foi a maternidade.
Sabe pq? Pq ela faz parte dessa remessa de médicos que acham que partos devem ser agendados, que emergências são chatas e fora de hora. Simples.
Não foi hora nenhuma minha parceira, não se mostrou preocupada, me deixou só.
Ai quando eu lembro do SUPER médico que Dr. Antônio era, que nunca me desamparou, que tava sempre ali, disposto, cheio de carinho e atenção, fico me sentindo perdida nas mãos dessa mulher.
Talvez seja tarde pra mudar de médica. Mas, como eu fui jogada nas mãos de qualquer um hoje, pq continuar com ela?
Graças a muita gente que viu meu drama de pertinho, já estou procurando outra obstetra.
Tive uma gravidez tranquila, conto em uma mão os meus atestados, pq nunca me queixei de nada, e no único dia que preciso... sou super maltratada.
Vale contar pra vocês que meu plano de saúde é tido como um BOM PLANO. (avaliem se não fosse, ein?)
Vale contar pra vocês que meu plano de saúde é tido como um BOM PLANO. (avaliem se não fosse, ein?)
José não vai nascer pelas mãos dessa médica ausente e insensível. Não mesmo!
Desejem-nos sorte, pq depois dessa odisseia de hoje, começamos uma nova odisseia, a de achar uma nova obstetra.
O pré-requisito pra essa? Ter coração.
O pré-requisito pra essa? Ter coração.