Quem tinha que chorar não era ela? (Sobre o primeiro dia de aula de Maria)

Que dia, viu?
(Respira...)

Os planos sempre foram esses, Maria iniciaria no colégio com dois anos. (No caso 2 anos e 4 meses)
Não pensei muito antes de matricular minha moça, o fato da minha mãe trabalhar na escola ajudou bastante, findei não me deixando ansiar com o primeiro dia de aula de Cecília.
Ainda mais que com a chegada de José, são tantos preparativos que eu não sentei hora nenhuma pra pensar na nova rotina que seria imposta a Maria.

Mainha (que estava mais ansiosa do que eu hahahah) deu de presente de Natal a mochila, com a personagem do momento pra Maria Cecília, a Mônica.
Logo na primeira semana de Janeiro fomos comprar o restante do material. Lembro que da época do colégio essa era a parte que eu mais adorava, escolher os lápis, cadernos, caneta...
Eu e mainha batemos o centro da cidade inteiro atrás de cada coisinha pra Cecília (olhe que bater pernas com esse barrigão não é tarefa fácil), escolhemos tudo nos tons da mochila e lancheira.
Mainha mandou personalizar etiquetas, e eu fui organizando todo o restante.

Com todos os materiais prontos, só faltava chegar o GRANDE DIA, o dia 03 de fevereiro.
Dia que Maria sabia de cor, era só perguntar que dia começavam as aulas que ela respondia, também já sabia dizer o nome do Colégio e o da "tia", Ivete. Que por muita coincidência foi minha coordenadora do ginásio. (Mais um ponto pra me deixar tranquila).

Ontem, chamei Maria pra arrumarmos a mochila e escolhermos o que ela levaria de lanche, separamos a roupinha do dia, e pela primeira vez senti ela ansiosa com a ideia de ir pra escola.
Hoje pela manhã tive consulta, Cecília nos acompanhou, e quando questionada se ia pro colégio, dizia logo: - Vou nada!
E a gente caia na risada. Mas por outro lado eu me preocupava com a ideia da recusa.
Que nada, era mais fácil eu recusar esse dia do que ela, rs!

Chegou em casa dormindo e eu deixei o cochilo seguir, acordei cheia de carinho avisando que ela tinha que ir pra escola e que já estávamos atrasada. Dei um banho, escovei os dentes e arrumei ela todinha, pensando que dali em diante, esse ritual seria sagrado e diário. Já foi me dando um aperto...

Let´s go!
Ela colocou a lancheira nas costas, toda empolgada e fomos os 4, eu, ela, Marcelo e José, claro.
Deixamos ela entrar na salinha, "Tia Ivete" a recebeu e foi apresentando os coleguinhas, ela foi chegando devagar, meia "desenturmada"(claro!), uma carinha de quem tava reconhecendo o terreno, sabe?
Comecei a ficar com o nó na garganta...
Bate uma saudade danada, e eu fui me dando conta de que o meu bebê vai começar a aprender e dessa vez, sem mim.
Que vão surgir tantas historias novas, tantas conquistas e você vai ser a principal ouvinte disso tudo.
É um misto de orgulho, emoção e perda... É um aviso de que Maria tá começando a "voar" e que daqui pra frente a tendência é a liberdade ser maior.

Segura o coração, Larissa!

Tô aqui contando os segundos pra ir buscar ela, pra ver o ponto de vista dela sobre essa coisa de ser "Estudante", sobre qual amiguinho ela curtiu mais, ou se lanchou tudo. Se ela tem tarefinhas, se vamos pintar ou cortar e colar algo.
Eita ansiedade da-na-da!

Certeza de que várias pérolas de Maria vão surgir, e que não vai me faltar historias pra contar por cá.
E vou trazer todas elas cheias de carinho, viu?

Enquanto isso, vou contabilizando quantos minutos faltam pro reencontro de Maria com a mãe mais "abestalhada" do mundo todo.