24/04/2014

Sobre não ser perfeita.

(Preciso começar dizendo que a casa está em silêncio, todos cochilam agora.)

Quando eu engravidei da Maria, minha vida mudou completamente, o que já era esperado obviamente. Ainda com ela no meu casulo eu planejava, sonhava, idealizava, muito. Tudo era fácil, coerente, lindo.
Os horários seriam cumpridos. Teria sempre comida fresca nas panelas e a casa estaria um brinco. Claro que eu ainda teria tempo pra me maquiar e continuaria sendo a melhor namorada que Marcelo poderia ter.
Voltaria a trabalhar normalmente, afinal de contas sou de um século "pra frentex", onde mães deixam seus filhos em berçários (sem remorso?) para crescer no mercado de trabalho. Meu corpo? Voltaria ao normal em menos de um ano, vocês não viram a Claudia Leite?

Essa moldura de mãe que eu pintei acima, era tudo que eu tinha como IDEAL DE PERFEIÇÃO.
Pra mim, mães eram perfeitas e ponto final.
Mães não podiam ter medo de barata ou do escuro, sabe? Tinha que ter jogo de cintura e que danem-se os hormônios, mães são equilibradas.
Mas eu mesma fui desconstruindo aos pouquinhos essa mania de ser perfeita, ou melhor, de tentar ser.

{Desconstruindo a perfeição: fase Maria}

Maria chegou. Chegou também a minha insegurança. Seria esse meu primeiro encontro com a frustração de não ser a melhor das mães.
Onde estava aquele instinto que me disseram? Aquele que dizia que a mãe vai sempre saber identificar de primeira o que aquele "chorinho" quer dizer? Eu penei pra ter esse feeling, viu?

A amamentação é mágica, mas cansa! Mães podem cochilar amamentando? Eu cochilei! Menos um ponto no ranking das perfeições.

Quem consegue cozinhar, arrumar a casa, ficar cheirosa e bem humorada dormindo no máximo 5 horas por dia? Eu não conseguia.

Era só eu que tinha baixa-estima? Corta cabelo, compra roupa, sapato... mas tá lá, cheirando a leite!

Pitaqueiros brotam do chão? São contratados por quem, pra te fazer achar que você não sabe fazer nada?

Passou um ano, cadê a minha barriga sarada? Socorro!

{Desconstruindo a perfeição: José x Maria = CIÚME}

E veio Zé. Chegou com ele o ciúme de uma mocinha, Maria.

Chora Zé. Chama Maria. Zé quer mamar. Maria tem fome. Corre, vazou a fralda do Zé. Corre, Maria está ameaçando fazer xixi na calcinha. QUEM TOMA BANHO PRIMEIRO? OS DOIS QUEREM BRAÇO!
Cama compartilhada, marido no colchão. (Ai meu casamento!) Adoeceu um, quer dizer, os dois! Olha a hora do xarope da Maria! Acorda para nebulizar o Zé. MARIA, NÃO MEXE AI!

Isso foi um breve resumo do meu dia-a-dia. Acreditem é assim mesmo, sem tirar nem por. Claro que, ai eu só contei a parte que me fez desconstruir de vez a ideia de que mães são seres perfeitos.
Na verdade, essa imagem perfeita só se desfez por completa quando José chegou. Quando eu me vi com a minha paciência no limite. Quando eu não conseguia dormir mais de 3 horas por dia. Quando eu chorava de cansaço baixinho pra não acordar ninguém.

Como a gente se cobra, não é mesmo? Definitivamente, NÃO EXISTE MÃE PERFEITA, ponto final.

Mães cansam. Gritam! Choram. Tem fome e precisam de banhos demorados, sim!
É cruel ficar se cobrando o tempo todo.
As pessoas te cobram por todos os lados. Te reprovam com os olhos. Mas quem está no seu lugar?

Maria anda numa fase difícil, e muitas pessoas me falam sobre a paciência infinda que eu deveria ter.
Claro que eu entendo, eu sou a mãe dela. Sei que não é fácil. Mas pra mim também não é!
Mas quem se importa? Foi ai que eu desenvolvi meu método de sobrevivência, filtrar e selecionar tudo o que eu escuto "de fora". Eu sei a mãe que eu sou, Maria também.

Outro método incrível, é lembrar que: é uma fase vai passar!
Eu sei que já já vou estar sendo clichê ao relembrar com fotos os meus bebês. E vou falar incansavelmente em saudade.

Eu me aceitei. Ufa!
Me aceitei assim, cheia de defeitos. Essa semana eu me permiti dizer a mim mesmo que eu não chego nem perto de acertar sempre. E como isso me libertou!

Maria vai sair dessa, com amor. Já tivemos progresso e sei que vamos no caminho certo.

Sei que pareceu um post de filmes de terror, rs!
Mas o que eu vim relatar, é que não é fácil mesmo, você vai errar mais do que esperava. Mas que o importante é lembrar que você é humana, que você pode crescer em cima dos erros. Ninguém nasce sabendo, e educar é uma das coisas mais difíceis dessa vida. E o que nos motiva a encarar a batalha da maternidade é e sempre será o AMOR. O tal do amor incondicional.

Amor esse que te faz ganhar beijos babados e achar eles o melhor do mundo. Amor que te faz gargalhar com as primeiras palavras ditas (ou com as pérolas da Maria). Amor que risca tuas paredes, espalha brinquedos no chão, bagunça tudo e ainda assim merece teu colo. Amor que te chama de mãe, amor que te aceita do jeitinho que você é. E que ama você, ama muito você!

Eu amo meus filhos e sei bem que eles me amam também.
Viva as minhas imperfeições, sem elas eu não teria crescido tanto.










11/04/2014

1 mês. {Viva o José!}

E lá se foram 30 dias. Meu Deus, já se passou um mês. Vou começar a reclamar da agilidade do tempo.
Pra que correr tanto?

José nasceu num dia quente. Derreti o dia todo, não só de calor, mas de chororô também.
Ele chegou magrelinho, peludinho e ladrão de coração.
Chegou em casa calmo e sonolento. Um doce!
Os primeiros dias foram tranquilos, a gente só escutava o chorinho dele na hora do banho. Maria tratou logo de comparar ele ao cascão da turma da Mônica. Rs!

Na segunda semana do José, foi a vez da Maria começar a ter um contato maior e a tomar suas conclusões sobre o irmãozinho. Bom, os adjetivos não eram dos melhores, pra ela José era o maior "peidão" do mundo.
A cada "pum" de José, ela fazia cara de surpresa e morria de rir com os "barulhões de José".
Sabida como ela é, tratou de compor um música para ele: "Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega meu irmãozinho que solta muito pum!".

A segunda semana foi marcada por alguns chorinhos de fome na madrugada e alguns gases cruéis.
Maria começou a achar "chato" dormir perto dele, por diversas vezes acordava me pedindo pra que ele chorasse mais baixinho, afinal de contas ela estava dormindo. Rs!

O "cara" é tão dorminhoco que finda mamando pouco, ele sempre dorme no peito. Como vivemos no mundo dos "apicativos" de celulares, baixei um que monitora as mamadas, a mais longa foi de 10 minutos.
Maria passava cerca de 30 minutos.

Depois de tantos dias, enfim ele relaxa no banho, chega até a dormir.

E mamães de meninos, me contem, só a gente que leva aquelas esguichadas de xixi? Que arminha potente! hahahaha

Apesar da carinha marrenta nas fotos, José é muito risonho. Nos sonhos então, ri de fazer barulho.
Em falar em barulho, ele já tenta conversar, emite vários sons, uma fofura.
E pra contrariar o tempo de vida, já mantém a cabeça firme, consegue levantar ela e me acompanha com os olhinhos. Ontem mesmo, ele me encontrou e fez carinha de choro, parecia que me pedia aconchego, uma coisa linda.

Ainda não tenho as medidas dele, por uns probleminhas com o consultório do pediatra, só temos consuta dia 15, mas eu faço um update por aqui, contando o quanto meu menino cresceu.
Fato é, tá mais gordinho e comprido. Já dá até pra apertar, minha gente!

E pra não quebrar a tradição, ontem, dia 10, foi o seu primeiro "mêsversário". Fiz um bolo brownie com Maria, juntamos um pedacinho da família e cantamos parabéns celebrando esse mês tão cheio de amor.

Vamos lá, que venha o segundo mês, cheinho de coisas novas do José!











 
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