01/03/2015

Relato de Parto {Por: Lourena Ramos}

Oi gente!

Hoje é domingo pé de cachimbo e... dia de relato de parto.
A história de hoje é pra lá de inusitada, e quem nos conta é a Lourena, que é mamãe de três e já esteve por aqui contando o relato do seu primogênito, o João Pedro. (Pra ler clica aqui) 

O relato hoje é sobre o nascimento da sua filha Ana Luísa. Segura que lá vem emoção!

"No primeiro relato, mencionei, a vontade que sempre tive de ser mãe. Neste relato, vou mencionar, a vontade que eu tinha de ser mãe de uma mocinha, já que meu primeiro filhotinho, foi um menino.
Foi aí que no dia 07/11/2005, através de um teste de farmácia, descobri que estava gestante pela segunda vez, para nossa alegria. Novamente com 16 semanas, descobrimos que eu estava grávida de uma menina, aliás, confirmamos, pois eu já sentia que era uma mocinha, a nossa Ana Luísa.

Foi uma gravidez tranquila, até o sétimo mês, quando descobrimos a diminuição do líquido amniótico e daí por diante eu já comecei a ir na médica toda semana, algumas semanas ia até duas vezes, para certificar de que estava tudo bem, pois se o líquido diminuísse mais um pouco, teríamos que fazer uma cesariana de emergência, temia muito isto, além de ter um bebê prematuro, seria ainda através da muito temida por mim, cesariana. O nascimento era previsto entre  06/07 à 13/07 que era quando eu faria exatamente 40 semanas. 

Com 34 semanas de gestação, comecei a perder o tampão mucoso, só que desta vez (diferente da primeira), ele não saiu inteiro, foi saindo aos poucos, no decorrer dos dias. No dia 26 de junho, era uma segunda feira e eu estava de 37 semanas e 4 dias, fui a uma consulta de rotina, nela, após fazer um ultrassom, minha médica percebeu que o líquido tinha diminuído mais um pouco, através do laudo da ultra, feita por outro obstetra, então ela me disse que iria me ver novamente na sexta, eu já estaria de 38 semanas e devido ao risco de continuar esperando o parto normal, se eu até lá não entrasse em trabalho de parto, a cesariana já ficaria marcada para a segunda, ou até mesmo para a sexta se na consulta houvesse alguma alteração a mais, realmente, o líquido estava no limite. 
Neste dia, vim da consulta muito triste, pedindo a Deus para que eu entrasse em trabalho de parto e que ela nascesse por parto natural e saudável, na hora dela de nascer e não por cesariana devido a uma emergência. Do caminho da clínica até em casa, eu tive longas contrações indolores, mas incomodavam pois duravam muitos minutos, mal sabia eu, que já estava entrando em trabalho de parto. 

Cheguei em casa, terminei de arrumar as coisinhas dela, passar o kit do bercinho, verificar se estava tudo ok com a malinha da maternidade, para ver se passava a ansiedade que obtive após aquela consulta, então, me deitei e dormi. 
Por volta de 3 da manhã, acordei com uma imensa vontade de fazer xixi, ao me sentar na cama, senti sair um líquido, pensei estar fazendo xixi na cama, mas fui ao banheiro e mesmo após o xixi, ainda escorreu um líquido pela minha perna e vi que era a bolsa que havia estourado, até então não sentia nada, mas ao chegar na porta do meu quarto, que é bem próximo ao banheiro, senti uma contração muito intensa, muito dolorosa, a mesma que eu senti após estourar a bolsa do primeiro filho com ele prestes a nascer, esperei passar, pois nem consegui chamar meu marido, de tanta dor, desta vez, estava sendo tudo diferente. Quando passou, o chamei e avisei o que estava acontecendo, tínhamos apenas celulares e pré-pagos, para meu terror, os 2 sem créditos. Então ele saiu para comprar um cartão para meu celular, para eu ligar para a médica. Fiquei em casa com contrações muito intensas e sozinha, só estava comigo o filho mais velho, com 2 anos e 5 meses, dormindo. Quis sair de casa para ver se ele já estava na rua de casa, voltando, mas...ao levar a mão à porta, percebi que ele havia saído e me deixado trancada em casa e que inclusive a chave da outra porta, estava na carteira dele também. 



Entrei em desespero, e liguei à cobrar para casa do meu irmão, minha cunhada atendeu e pedi para que ela viesse com urgência pois eu estava muito mal. Poucos minutos depois ela estava na porta da minha casa, abri o portão pelo interfone, mas a porta, não tinha como, então pedi para ela ir atrás do meu marido, que provavelmente tinha ido no posto de combustíveis para encontrar o cartão, quando caminhei para o interfone para abrir o portão para ela sair, senti descer a cabeça da minha filha, nesta hora, só me lembro de pedir para Deus me ajudar e não deixar nada de mal acontecer. Então, liguei para minha médica, a cobrar mesmo, pois fiquei desorientada, sozinha e segurando para que ela não saísse (por desespero), quando ela atendeu, avisei que eu estava em trabalho de parto e que naquele momento eu já estava segurando a cabecinha dela, contei que eu estava trancada, esperando meu marido voltar para me levar, mas não sabia o que fazer. Ela ficou muito assustada, desligou para ligar na maternidade e reservar a sala de parto e pediu para que eu saísse de casa de alguma maneira, o mais rápido possível. Neste momento, meu marido chegou, cantando, assoviando, e eu sem conseguir dizer nada, já fui saindo de casa em direção ao carro que estava na rua, só tive forças pra dizer que ela estava nascendo e precisava ser muito rápido, ele achava que por eu estar com muita dor, "achava" que ela já estava nascendo (homens e sua inocência, rs...), então quando ele colocou tudo no carro, veio para meu lado e me pegou no colo, quando dobrei o corpo no colo dele, senti sair completamente a cabeça da minha filha e só gritei para que minha cunhada segurasse para que ela não caísse no chão, ela se assustou e não acreditou muito, mas resolveu levar a mão para ver se havia saído e lá estava minha filha, nascendo daquela maneira. Meu marido no desespero, ao invés de me voltar para casa, me deitou na calçada, para o lado de fora do portão, na rua mesmo rs...e neste momento minha médica ligou para dizer que já estava na maternidade. 

Ele contou a ela o que estava acontecendo, que a cabeça dela, já estava nas mãos dele e ela disse que ela então precisava terminar de nascer, não podia ir assim até a maternidade, pra ele ter calma e esperar pois ela iria girar o tronco (torcendo pra que ela girasse, pois quando não giram, um médico ou um profissional capacitado, precisa ajudar e é uma manobra perigosa), então, ela girou na mesma hora, após ela girar fiz uma única força e ela terminou de nascer, nos braços do pai, na porta de casa, rs...no dia 27 de junho de 2006, com 37 semanas e 5 dias, medindo 48cm e pesando 3,270kg, debaixo de um frio de uns 14 graus, após menos de 2 horas de trabalho de parto (não nasceu com menos pq eu segurei e muito), chorou pouco e baixinho, e ficou com olhar curioso em meus braços. 
Então, a enrolamos em um lençol, me carregaram com ela em cima de mim, até o carro e fomos para a maternidade.

Chegando lá, cortaram o cordão e foi preciso retirar a placenta, que devido eu ter ficado por um bom tempo segurando para ela não nascer (ao invés de empurrar, na hora das contrações, quando estava sozinha, eu segurava a respiração, pra ela não sair), a placenta colou novamente, por um lado, que bom, pois o que iríamos fazer para levar esta placenta com o cordão ligado para o hospital, já que não poderíamos cortar o cordão? Foi um processo doloroso e precisava ser muito rápido, para que meu útero não fechasse com algum pedaço de placenta dentro, este procedimento mais parecia que tinha outro bebê nascendo, realmente bem dolorido, mas...deu tudo certo.

Ela virou a atração da maternidade, enfermeiros de todos os turnos e até acompanhantes de outras mamães e as mamães iam ver a menina que em uma capital, com muitos recursos, havia nascido na calçada. Ela, por sua vez, ficou por 2 dias com a testinha um pouco escura e o queixinho, por eu ter segurado pra ela não nascer, querendo proteger e quase prejudiquei, rs...
Foi tudo muito intenso e rápido, realmente, nos assustamos muito, mas depois virou notícia e risadas. E com a graça de Deus, deu tudo certo.
Este é o segundo relato, bem inusitado, tenho mais um, mas como este, realmente, não mais rs..."

Relato de tirar  o fôlego, né não? Haja coração, rs!
E se você pensa que a Lourena parou por ai... tá enganado! 
Lou, tem que vir o quanto antes conta o seu último parto, ein? 

E se você também quer partilhar o seu relato de parto conosco, é fácil é fácil. Manda um e-mail para o blogumamaeconta@gmail.com ou nos envia uma mensagem lá na nossa fanpage. Combinado?

Beijoquinhas. 



 
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