17/01/2014

Huuum... senti cheirinho de ciúmes!

Desde que engravidei de José, Maria vem participando de tudo.
Sempre curtiu o nome José, e aprovou a nossa escolha, dizendo logo a todo mundo que o bebê que morava na minha barriga se chamava "Zezinho".
Como eles vão dividir quartos, instalamos as coisas do José sem que fosse preciso deixar ela sem espaço, ou mudar muitas coisas de lugar. A ideia sempre foi não tornar José um estranho, mais sim um parceiro que iria dividir o mesmo cantinho com ela.
Como reaproveitei muitas coisas dela, fiz questão de mostrar a ela tudo o que Zé herdou.
O berço por exemplo, ela já diz alegre que é do José, nem lembra mais que foi dela.

Quando fomos comprar o enxoval, fiquei meia temerosa, eu ia chegar cheia de sacolas e pela primeira vez nada seria pra ela. O que me fez repensar a ideia, findei trazendo um bauzinho de guardar brinquedos no formato do "sapo que não lava o pé". Apesar de Zé ter ganho um caminhão de coisas, a ideia do sapinho foi supimpa, ela não se sentiu excluídas dos ganhos.
De fato, não concordo muito com o fato de que se José ganha algo, automaticamente ela terá que ganhar também.
Só que essa fase inicial é delicada demais, quebrei alguns pensamentos que tinha, caso ele ganhe algo, deixo ela abrir, achar que dobrou, guardou, ou deixo ela examinar tim tim por tim tim da coisa toda.
Até compramos um cofrinho pra que ela aprendesse a juntar moedinhas e assim comprar novos presentinhos pra ela.

Até então, nunca tinha sentido nada perto de um ciuminho dela. Talvez pq eu ainda não tivesse parado pra arrumar nada do José, por exemplo a bolsa, gavetas, brinquedos.

Eis que hoje ela mostrou (do jeitinho dela) que dividir a mãe com alguém que ainda nem deu as caras não é tarefa fácil...

Cheguei com um monte de guloseimas que minha sogra mandou pra ela, deixei ela escolher os que ia comer e escolhi uns pra mim. Depois peguei caneta e papel e ela me mostrou que tinha aprendido a desenhar círculos, e toda animada me contou que minha mãe tinha ensinado isso a ela.
Bati palmas e seguimos desenhando outros rabiscos abstratos, rs!
Como ela não é de parar muito tempo numa brincadeira, logo resolveu ir para o quarto dela, experimentar vestidos. Fui atrás, troquei uma, duas, três vezes... ela queria usar todos os vestidos, pense!
Foi quando olhei pro lado e fitei o berço de José, abarrotado de roupinhas que eu lavei, porém não tinha passado ainda, nem guardado, nem nada.
Ai cometi meu pecado, pelo menos pra Maria.

Tratei de buscar o ferro pra passar aquela demanda imensa de micro roupinhas, pra que ela não ficasse de fora, peguei a tábua e o ferro de passar de brinquedo que ela tem, dei um vestido a ela e tentei fazer com que ela participasse do passa-passa.
Mero engano...
A primeira providência dela foi olhar para calça de José e dizer: "Acalça de Zé é feia, o meu vestido é lindo!"
Corrigi dizendo que os dois tinham roupas lindas, que eu tinha comprado com o mesmo amor pros dois.
Não satisfeita ela empurrou a tábua de passar dela e disse que queria voltar a experimentar vestidos, eu disse que ela podia provar, só que eu ia terminar de passar as roupinhas e que faria isso rápido.
Pronto, motivo dado, escândalo armado!
Começou a chorar, aquele choro sentido, de manha, de quem quer atenção mesmo, e ai resolveu me empurrar, com raiva.
Depois começou a me chamar de "mamã",e a piorar as birras.
Tive que respirar fundo, controlar o cansaço e o estresse pra mandar ela parar de uma forma não tão agressiva.
Nessa hora Marcelo que estava tomando banho, saiu do banheiro pra amenizar a gritaria. Quando Marcelo questionou ela do motivo do choro, ela disse já parando de chorar: "Não sei!" (com voz de manha).
Marcelo pegou ela e eu tornei a arrumar as roupas de José. Pensativa. Essa foi a primeira crise de ciúmes de Maria... isso é normal, eu sei. Pode até piorar, sei mais ainda. Mas, o que me preocupa, é até aonde eu vou controlar isso? Ou até quando respirar fundo vai controlar o meu estresse e cansaço? Sabedoria de mãe... instinto de mãe, vou contar com essas armas secretas, mesmo!

Fui tomar um banho, e quando cheguei perto dela, falei o quanto eu amava a ela e a José. Que amava "muitão" os dois, do mesmo jeitinho. E perguntei se ela amava o José também. Com um sorrisinho de carinho ela disse: "Amo sim, muito! Vai mamãe, vai arrumar as roupinhas dele, tá bom?"

É complicado fazer uma pessoinha compreender a divisão do espaço, tempo, com alguém novo.
Eu me lembro quando minha irmã mais nova chegou e aquilo me parecia desesperador, outro bebê pra dividir a minha mãe. Que agonia!
Mas, foi só Carol chegar pra eu amar cada minutinho com a minha irmã. Pra implorar pra mainha deixar eu lavar a cabecinha dela, ou escolher uma roupinha pra passear.

Talvez quando ele nascer, conforme eu for inserindo ela nas atividades do José, ela curta essa atmosfera de cuidados, e vai ver que José chegou pra somar, não pra dividir :)

3 comentários:

  1. Seu blog é uma delícia de ler!
    Quando me vi, estava a várias paginas das postagens mais antigas!
    Saúde aos seus dois bebês! :)

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  2. Ah que linda!
    É, esse texto me fez abrir um sorriso, quando meu irmão mais novo nasceu eu tinha 4 anos, e mainha me lembra até hoje que eu passei a dormir no berço dele assim que o mesmo foi montado e falava que a bebê da casa era eu, quando ele nasceu eu falava que ele não era bonzinho pq eu não podia brincar com ele, mas foi só um pouquinho de tempo passar e eu fazia um escândalo quando mainha ía dar banho nele sem me chamar...Eu lavava os pés e mãozinhas, e eu dormia cheirando ele <3

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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