Graduação {além da maternidade}

Não sei se já contei para vocês – acho que sim, mas haja memória pra lembrar de tudo, né gente? –, mas quando eu engravidei da Maria eu estava cursando Design, basicamente no 6º período do curso – não me matem! -. Por sorte, descobri a gravidez antes do período de matrícula, o que me possibilitou montar uma grade de horários mais flexíveis e com disciplinas leves. Mas pra que me acompanha desde o comecinho, sabe que durante a gestação eu tive um sangramento que me fez ficar de repouso absoluto, por uns 20 dias, até que eu pudesse fazer a ultra e receber o diagnóstico do médico.

Durante esse “molho” acabei perdendo provas, projetos e tantas outras coisas, além de reprovar por falta em todas as disciplinas, o que me fez entrar num processo de jubilamento – eu cursava a Faculdade Federal de Pernambuco -, não tive muito suporte da coordenadora do meu curso, que simplesmente disse que nada podia fazer, e que eu deveria entrar com um recurso, mas que pra isso eu deveria me deslocar até Recife. Devo lembra-los de que eu estava gestante e morava em outra cidade, rs.

Enfim... O tempo passou, eu abandonei – ou fui abandonada – a faculdade. Tive o privilégio de deixar o antigo emprego e me dedicar 10 meses, integralmente, a Maria Cecília.

Mas as mudanças não pararam por ai, rs. Resolvemos juntar as trouxas e no ápice da loucura – e da saudade – e voltar para a minha cidade natal, Recife i love you. Logo tive que voltar a trabalhar, meio período praticamente, o que me fez reviver a minha vida social novamente – além de avivar a minha vida financeira, né meu amor? -. Ai surgiu à necessidade de uma graduação, comecei a ver minha vida profissional estagnada, sem previsões de melhoria, desvirtuada pra qualquer caminho... E veio o desejo de voltar a estudar. Nesse meio tempo troquei de emprego, trabalho esse que me apresentou um mundo novo, diferente de tudo que eu sempre quis pra mim. Como pouco mais de um mês eu estava grávida de José – juro que lá em casa tem TV! -, o que implicava dizer que querendo ou não eu teria que permanecer nesse ambiente administrativo por bem mais de um ano. Sobrevivi!

Mas cá estou eu, desgostosa, no meio desses papéis, de contratos que valem milhões, sem achar graça em nada, na minha tão famosa sala bege, rs.

E como sempre, fiz aquela velha meta de vida, resgatando a minha vontade de voltar para a sala de aula. Num ato de coragem me inscrevi para o Enem. O que me fez lembrar os meus 16 anos, do primeiro vestibular, de como minha vida mudou, de como os cursos que eu almejava mudaram... Tô velha e louca? Minha bagagem agora é muito mais pesada, já fui universitária, e mais, agora sou mãe de dois. Socorro?

Devo confessar que fiquei me achando uma vovozinha no meio daqueles meninos novinhos, com camisas de colégio estampadas com o nome “fera 2015”. Gente! Mas a velhota de menos de 30 que vos fala, vai fazer Enem sim! E se aventurar naquele mundo - de novo! – de faculdade e todos os seus milhões de projetos, livros e artigos – ai que orgulho de mim! -.

O curso ainda está sendo pensado com muito carinho, visando o mercado de trabalho, qualidade de vida e feeling com o trabalho em geral. Sei que vai estar relacionado com comunicação, né?

Acho que o propósito desse post, é incentivar as mamães – e as não mamães – a tentarem de novo, acho que nunca é tarde para estudar, aprender, crescer... E o futuro que vamos ter só depende de nós mesmo. E no caso das mães a responsa é bem maior, afinal de contas, atrelado ao nosso futuro está o futuro dos nossos filhos.

Assim que eu confirma tudo,o curso, entrada na facul, conto pra vocês aqui ou na fanpage, combinado?

Me desejem sorte!

Beijos!