13/12/2014

Competição materna!



Só basta estar grávida e é dada a largada para uma competição cruel, sem fim muitas vezes, a competitividade materna. Nascem as mães perfeitas, os filhos incríveis e em época de facebook e instagram, quem é feio ou tem família com problemas?
Nada de frituras, escondam os doces, tirem os slings da bolsa, façam parto em casa, papinhas orgânicas, nada de shampoo, chupeta jamais, lugar de bebê é no berço e é proibido mães que não cuidam do corpo!
Meu Deus, quantas cobranças. Quem quer ser perfeita ai levanta a mão! As minhas permanecem abaixadas
Sei que eu devo andar batendo na mesma tecla, esse papo manjado de maternagem impecável, de vida de novela pós-parto. Mas gente, não sei se só eu me incomodo – e até prático, tantas vezes sem querer – mas o mundo está cheio delas, as mães ideais, aquelas que nunca erram, que tem o melhor e idolatrado – salve, salve – dos filhos. Essas que pariram crianças prodígios, que reagem bem as regras do tipo “Super Nanny”, que em hipótese alguma fazem birra e se fizerem, basta um olhar de magnetismo ímpar que só a supermãe tem e pronto, assunto resolvido.
Meus filhos são de verdade! Até acredito que alguém possa chegar perto do sucesso, ou alcança-lo, enfim.., Mas eu queria mesmo era que o respeito fosse disseminado da mesma forma que esse império da perfeição foi. Eu erro, você erra, nós erramos e não existe nada mais natural do que isso.
Ninguém é menos mãe do que ninguém pelo tipo de parto, pelo tempo de amamentação ou pela preocupação de limpar o bumbum do nenê com algodão orgânico ou lenço umedecido que cheira a lavanda.
Vocês tem que ter cuidado com essas novas regras que vem sendo enfiadas goela abaixo, conheço um bocado de mães frustradas/semifrustradas/enfim sofrendo por não conseguirem ser tão uber-mães – olha eu criando palavras hahaha – quanto aquela moça do blog ou quanto aquela vizinha que recuperou a boa forma em 15 dias e que passeia com os filhos todo final de tarde amamentando em pé, tamanha destreza e intimidade com a maternidade.
Já recebi muitas mensagens – preciso dizer que amo quando vocês me mandam mensagens?<3 – que me contavam como eu fazia parecer tudo fácil, como a minha família parecia ser de comercial de margarina ou de o quanto eu despertei a vontade de ter filhos ou de multiplicar a prole. Acho massa até certo ponto. Talvez por isso eu viva insistindo em dizer a vocês que eu erro, erro pra cacete! Eu já competi sem querer e por querer talvez. Já fiz comparação entre os meus próprios filhos, quiçá com os filhos dos outros.
Às vezes eu finjo que tô dormindo só para o Marcelo levantar. Eu não cozinho todos os dias. E nesses dias em que não cozinho, caso não file a boia da minha mãe, eu ofereço mingau. Falo palavrão. E por mais que eu tenha como objetivo de vida não brigar com Marcelo na frente dos meninos, eu brigo. Eu dou enes exemplos ruins e cobro um comportamento contrário. Sou da tribo faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
Eu tenho tantos defeitos quanto um... Ser humano! Isso gente, seres humanos são cheinhos de problemas, defeitos e adjetivos feios. E acreditem, apesar de ser algo sublime, uma mãe também é um ser tal qual um ser humano normal, pasmem!
E se tem uma coisa que eu trouxe pra minha vida como lição, é que se eu errar como mãe, foi um acerto que falhou, eu devia estar tentando acertar e isso acontece!
Não se achem menos ou mais do que outra mãe. Não se crucifiquem por ter voltado ao trabalho ou por ter falhado quando o assunto foi o desfralde. Você não é a pior mãe do mundo porque seu filho fez birra no shopping ao querer aquele brinquedo, naquela hora, de todo jeito.
Vamos abraçar nossos corpos, nossas manias e acima de tudo nossos IMENSOS DEFEITOS. Afinal de contas o amor só é amor se supera as dificuldades.
Viva as mães com olheiras, que assumem o cansaço da amamentação, que reclamar da dor de coluna, que adotam o coque como o penteado oficial, que cheiram a leite e tem blusas manchadas, que tem vontade de correr quando a birra é em público, que trabalha fora, que trabalha em casa, que usa fralda descartável, que não usa, que cozinha, que não cozinha, que solta pum, que reclama... Mas que acima de tudo ama e tem aquele cheirinho tão gostoso, o cheirinho de mãe de verdade.
Beijos e até o próximo post.


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