10/05/2015

Ninguém me disse... {#Diadamães}





Ninguém me contou.
Ninguém sequer me disse...
Mas ser mãe as vezes dói.
Somos levadas a exaustão.
E nem tudo está sob o nosso controle.

Eu queria enjoar. Queria sentir esse sintoma pra me sentir uma grávida de novela, aquilo me faria sentir a maternidade chegando. Mas na novela tudo é fácil, a começar pelo banheiro que está sempre perto, rs.

Parir. Sem problemas! Em dois espirros, quiçá em um, um parto normal sem manobras. Da violência obstetrícia então... nunca tinha ouvido falar. - A conheci da pior forma possível - 

Ninguém me alertou sobre o quanto a amamentação pode ser difícil e dolorida.
Ou o quanto eu podia sentir quando o peito não fosse mais uma fonte de alimento e acalento.

Não me falaram que eu sofreria com as comparações, ou que eu mesmo iria julgar outras mães.
Que ia me frustrar por achar que meu filha podia mais... cobrar deles a mesma desenvoltura de um outro bebê.

Não me contaram que eu não dormiria profundamente, que meu sono seria leve como pluma e que algumas vezes eu acordaria pra ver se eles estavam respirando.

Ninguém me disse que eu teria medo e que a maternidade não me traria uma segurança repentina.

Jamais me contaram sobre "os terríveis dois anos" ou sobre chorar diante de uma situação que eu não consegui controlar. 
Não mencionaram que o castigo iria doer mais em mim do que neles. 
E que os gritos que o cansaço me fazia dar, ecoaria na minha cabeça e só cessariam com um abraço, em braços pequenos, mas com grande significado.

Esqueceram de me avisar sobre a minha sala desorganizada, cheinha de brinquedos.
Ou que eu poderia fazer xixi - ou o número 2, rs - com platéia.
Que lavar meu cabelo seria uma missão de outro mundo.
Pior, que eu teria que comer escondida, pq estava quebrando as regras da boa alimentação.

Não me falaram que eles dominavam a TV. 

Quem esqueceu de me avisar que eu corria sérios riscos de me anular? Quase não me reencontrei.
Comecei a usar Johnson´s e não conseguia sair sem pensar em como estavam ou o que faziam.

Eu não sabia que ver eles crescendo me assustaria. Ninguém me preparou para a escola ou para a primeira dormida fora de casa.
Pq não me disseram que eu teria que dividir a atenção deles? Quem se negou a me dizer que o tempo voaria?

Ninguém, simplesmente ninguém, chegou a me contar, assim, com riqueza de detalhes, que a maternidade não era lá tão fácil.
E viver isso tudo, tamanho turbilhão, foi louco, muito louco. 

Mas consegui.
Sabe pq?

É que enjoar aflorava em mim a certeza do fruto. A frustração do parto foi cessada pela certeza da vida. A amamentação me fez alimento. Os julgamentos não tinham sentenças sobre o que sentia. As noites que mal dormi, valiam a pena com os sorrisos que me amanheciam. O medo me encorajou. Chorei. Errei na tentativa do acerto. Os brinquedos deram cor a sala. Os castigos serão compensadores. Comeremos escondidos das regras. E seremos pra sempre ligados por nossos laços, por esse amor surreal, incondicional - clichê mais lindo do mundo - e que pra cada 10 desafios maternos, nós teremos 100 resultados ternos de que tudo valeu a pena.

Feliz dia pra nós, mamães. 




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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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