09/02/2015

Mães em campo {paz no futebol}




Uma das paixões da minha família é o futebol. Confesso que até eu, que nem gosto tanto assim, me empolgo com certos jogos.
A maioria da família torce pelo Sport Club do Recife – tem os tricolores também, rs -, meu avô era um dos mais loucos por futebol, meu pai não ficava muito atrás. Cheguei a ir a campo e confesso que a energia daquela galera com sede de gol arrepiava.
Casei, e adivinhem o esporte que ele mais gosta... Sim, o futebol!
 Uma das primeiras ações do Marcelo quando os meninos nasceram, foi tornar as nossas crias sócias do time de coração. A carteirinha em mãos e a frase que agoniava “os menino vão comigo a campo!”. Pior que essa frase nos tempos de hoje é quase utopia e eu explico o porquê.
 É triste dizer, mas a violência entrou em campo sem dó e nem piedade, as torcidas organizadas intimidam as famílias, cantam palavras de ódio e se portam como lutadores em um ringue. Quase não se liga pro espetáculo, pros toques de bola cheios de artimanhas, pelo gingado do artilheiro, quiçá pela bola que o goleiro espantou com seu reflexo absurdo.
 Como eu ficaria tranquila, em casa, sabendo que meus filhos e marido estão expostos as atrocidades dessas torcidas (des)organizadas?
 Esse final de semana Corinthians e Palmeiras promoveram uma guerra em praça pública. A mais ou menos um ano atrás, um jovem foi morto no estádio do arruda por um vaso sanitário arremessado das arquibancadas do estádio do Santa Cruz. São tantas as noticias de guerra que fazem meu coração de mãe gelar.
 Somos reféns, é isso!  Que assistamos aos jogos presos nas grades de casa, pronto.
 Ai em meio ao caos pinta uma notícia linda, e melhor que envolve as mães. Um clássico aqui de Pernambuco, envolvendo os times Náutico e Sport trouxe uma ideia de combate à violência bem fofa, rs.                                                    15 mães de torcedores rubro-negros e 15 mães dos torcedores alvirrubros foram ao estádio com uma missão, serem seguranças do setor onde as organizadas geralmente ficavam – vale dizer que essas torcidas estão vetadas do estado de Pernambuco -, a campanha foi trabalhada em cima da ideia de que os torcedores não brigariam na frente das suas mães.
Ao entrarem no estádio os torcedores foram pego de surpresas, muitos se emocionaram com a segurança materna. E sim, funcionou, nada de briga. Independente do resultado, todos ganharam, a bola rolou, as músicas e hinos ecoaram e a torcida fez o que sempre devia ter feito, torceu! ( pra ler mais sobre a notícia clica aqui)
 Óbvio que isso não vai colocar fim nas violências desmedidas – embora fosse lindo combater violência com mais amor e amor de mãe – mas o recado repercutiu Brasil afora e fez um dos clássicos mais aguardados terminar de uma forma esperançosa, com um desejo de paz e abraços de mãe. Tem coisa melhor?
 Mais paz nesse mundo, minha gente! Estádio é lugar de futebol e de rivalidade sadia. Se assim for, todos nós vamos ser campões, certeza.
 Em vocês um beijo e até a próxima.

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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