08/10/2014

Nasci para ser tia! {sobre não ser mãe,por: Jacque}

Como eu já contei - várias vezes -, eu sempre quis ser mãe. Essa coisa materna sempre esteve presente em mim, desde as brincadeiras na infância, onde eu era uma mãe - super mãe - de quatro bonecas, ainda trabalhava fora e era a gata do verão, rs.

Cresci com a mesma necessidade de gerar um filho, consolidei essa vontade um ano depois de conhecer Marcelo.

Escapamos de uma das perguntas mais comuns pós-casamento: "E ai, os filhos chegam quando?"

Fato é, as pessoas lincam casamento com maternidade/paternidade, é como se fosse preciso procriar para ter um matrimônio consolidado. Talvez para a maioria das pessoas isso faça sentido, como fez pra mim, mas tem gente que pensa diferente.

Para alguma mulheres o lado materno não aflora, o relógio biológico não desperta e os filhos não chegam.

Pra isso eu convidei uma - grande - amiga, que se enquadra perfeitamente nesse perfil, o de mulheres que não se enxergam mães. 

É hora da gente conhecer o outro lado da moeda.

Jacqueline - Jacque Tamboo -


"Olá amigas mamães... Olá amigas não-mamães. 

Meu nome é Jacqueline, mas podem me chamar de Jacque.
Tenho 27 anos (e acabei de fazer esse cálculo na calculadora), sou designer, casada (ou juntada, ou morando com o namorado) há quase 6 anos, e sou mãe de cachorro. De quatro para ser mais exata, e esta é a experiência mais próxima que tenho da maternidade.

Não fiquem com raiva ok? Não estou de maneira nenhuma comparando as relações, mas espero que entendam as minhas perspectivas. 

Bom, vamos lá. Eu fiquei grávida por osmose quando Larissa tava esperando Cecília. Fiquei obcecada. Pesquisava, planejava e até sentia sintomas de gravidez, aloka. A bem da verdade, eu nunca pensei em ter filhos. E graças a Deus, compartilho a vida com uma pessoa que pensa EXATAMENTE como eu. 

Não há uma cobrança dos nossos familiares sobre isso (só o pai de Anderson, que vez ou outra pergunta dos netos, ahahahahhaha). Meus pais são bem tranquilos quanto a isso, e as únicas pessoas que nos falam do assunto são amigos da nossa idade e que já têm filhos (Larissa mesmo me cobra um gordinho rosa SEM-PRE, hahahahhahahahhaha).

Não, é bem provável que eu não tenha filhos. 
Mas há também uma enorme possibilidade de eu enlouquecer daqui há uns 2 anos, ou 2 semanas. Ou mais. Não penso em ter filhos antes dos 30.

Minha mãe teve com 31 anos, e ela é MUITO mais moderna do que eu. Esse é o meu parâmetro.

Além de tudo isso, há a análise financeira: filho custa MUITO caro, e também
a vertente educacional: não quero ter um filho pra ser criado em hotelzinho/escolinha ou por babá. E aí como faço? Moro numa cidade há 130 quilômetros dos meus pais, e da família de Anderson, que poderiam ser o nosso suporte. 

Estamos no início da nossa vida profissional, trabalhamos de 8 a 12 horas por dia, e temos uma rotina insana: trabalho, faculdade, academia, yoga, job nos fins de semana, festas (hehehehehe). Anderson está se formando agora, e eu à beira da pós. Às vezes até tenho culpa por deixar os cachorros sozinhos muito tempo... Imagine com criança! Eu já sou feita de 'culpa da cabeça aos pés. 

Sei que podem achar egoísmo, e que as coisas “se acertam” com o tempo, e também que com o nascimento de um bebê nasce uma mãe, um pai, uma nova família... E eu acho isso LINDO! Mas parece que não foi feito pra mim.

Eu adoro criança, mesmo! Só não me acho capaz de educar uma. Não é egoísmo, é covardia talvez. Ou não, sei lá! Confuso né? Aff...

Jogo toda a responsabilidade de perpetuação da família para o meu irmão e tenho certeza que nasci pra ser tia. Eu mimo, levo pra passear, faço programas, passo férias... Mas a ideia de ser responsável por uma vida me APAVORA. EU NÃO SEI CUIDAR NEM DE MIM, GENTE! 

Penso em como ser uma mãe como Larissa, que trabalha, cuida de casa, marido, filhos (2!!!), e tá aí, linda... Eu já me culpo de hoje, já sofro tendo que dar conta de muito menos e me sinto incapaz. Essa é a palavra: INCAPAZ. 

Vocês me entendem? 

Enfim, há muito tempo pela frente, há muito por vim, e as coisas podem mudar. O mundo não é mais o mesmo, e o avanço da medicina me dá mais um prazo pra pensar nisso tudo. Talvez achem até a cura pra esse medo né?

Um beijo pra vocês todas!

Jacque."

Jacque cuida de quatro cachorros, trata a todos com um carinho todo especial. O mesmo se aplica aos meu filhos, ela é uma amiga que se faz presente, sempre. Nem que seja por mensagem, me mandando notícias maternas ou algo relacionado a Peppa, sabe? Acompanhou toda a minha gravidez de Maria, e foi dela que ganhamos o primeiro presente, não me esqueço nunca.

Eu mesmo fui uma das que não compreendi essa condição não-materna dela, rs. Devo admitir. Sempre pensava que uma hora ou outra ela iria sentir essa necessidade.
Mas, na verdade todo esse pensamento é fruto desse conceito que a sociedade prega, onde a gente casa e reproduz.

Uma mulher não deixar de ser completa por não querer parir.
Antes todas tivessem essa consciência - ou medo - antes de colocar alguém no mundo.

Somos livres para fazer nossas escolhas, logo a decisão de procriar ou não vai de cada um.
Nós pregamos o respeito e fim de papo.

Beijos!



2 comentários:

  1. Eu era/pensava EXATAMENTE assim como a Jacque. Até que concebi (sem planos para isso) Miguel. E me encontrei na maternidade. Eu era muito feliz com minha liberdade, e sou muito feliz hoje com minha vida familiar, é sendo mãe solteira! Então, um salve para quem nasceu pra ser tia, um salve pra quem n queria ser mãe, e foi, e amou! E um salve pra quem nasceu pra ser mãe! O que importa é se achar feliz!

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  2. casei a pouco tempo e muitas pessoas perguntam sobre planos para os filhos , quando digo que quero ter filhos depois dos 30 , as pessoas ficam pasmas comigo. Quero aproveitar um pouco meu casamento antes de adquirir tamanha responsabilidade. O importante da vida é aproveitar o momento que estamos vivendo, o que vier é lucro !!
    Talitha

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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