30/09/2014

30 dias para os 3.


Tentei começar esse post sem comentar sobre a velocidade do tempo, mas como não falar disso? O tempo engoliu o meu bebê, o meu primeiro fruto esta beirando os seus três anos de vida. E se fosse só isso... Quanta independência, minha gente!

Se eu voltar meus pensamentos para 2011, quando ela ainda era semente, sou capaz de se sentir seus chutes, exclamando vida. Mas nesse tempo, eu já queria que ela pulasse fora dali, minha ansiedade pedia que os dias corressem, eu queria Maria nos meus braços. Hoje vejo que eu devia ter tido menos pressa...

A vida anda tão veloz, que a sensação que eu tenho é de ter dormido com ela ainda bebê e acordado com uma mocinha tão dona de si. 
Em 36 meses de vida, mudaram muitas coisas, ela, eu, a nossa casa. Ganhamos mais um para somar na família, tivemos que nos readaptar a uma nova rotina. 
Ela teve que compreender o novo, e encarou isso com uma maturidade que me surpreendeu. Por vezes ela fez o papel de “mãe” do José, tentando acalmar ou simplesmente brincando de me imitar.

Também é excelente conselheira vez ou outra solta umas frases que fazem com que eu e Marcelo troquemos olhar, abismados com o feito. Como aconteceu essa semana, descíamos as escadas cheios de bolsas – dois filhos e suas muitas bagagens! -, ela segurava a minha mão e descia sem pressa, Marcelo que vinha com José no colo, ofegante pelos degraus, parou atrás dela e não deu outra, percebendo que talvez estivesse atrapalhando a velocidade do pai ela soltou: “Calma papai! A gente tem que ter calma nessa vida!”. Demos risada. Mas ficamos pensativos sobre a frase, afinal de contas muitas vezes descemos as pressas, sem calma alguma para “essa vida”. Maria mais uma vez estava certa.
Isso mesmo. Maria nos doutrina muitas vezes. Nós a educamos e somos participantes ativo do seu desenvolvimento com indivíduo na nossa sociedade. Mas ela tem um papel fundamental no nosso crescimento. Nem sei bem te dizer como era a Larissa de antes da Maricota, só te digo que prefiro mil vezes essa que não sabe dizer não para a promoção das bonecas da “My little pony” e que troca uma cerveja gelada por um episódio da Peppa Pig.

Maria me faz mãe, tudo começou graças a ela. Ela é a “mãe da criança” que eu era. 
Sempre falo em renascimento, mas não vejo outra palavra que defina a minha condição com a chegada dos meus filhos.

E antes que pareça, eu não sofro por estar perdendo o meu bebê, mas tenho saudades. Lidar com essa coisa de “eu sei fazer, mamãe!” me faz ver que logo logo eu não vou ter controle sobre tudo, e talvez isso me incomode, mas eu sobrevivo, rs. 

Não, eu não crio os filhos para o mundo. Crio eles para o amor, mas com a liberdade de escolher, o que acho bem diferente. 

Faltando 30 dias para os 3, eu me pago no ritual que antecede mais uma primavera de Maria. Me cerco de fotos antigas, das anotações da gravidez, dos relatos do seu primeiro ano de vida. Mergulho nessas lembranças tão gostosas e parece que ela tá ali comigo, na barriga quentinha da mamãe. É como se eu estivesse me preparando para parir mais uma vez, só que dessa vez uma menina de vocabulário rico e coração enorme, a minha Maria.











29/09/2014

Por falar em saudade...




Cheguei ao trabalho já tagarelando, sempre chego contando minhas histórias. Enquanto minha colega de trabalho tomava seu café da manhã, eu contava um pouco da minha família. Falei sobre o tanto de gente que morava na mesma casa quando eu era criança, e de como meu avô abraçava essa mundaréu todo.

Cessamos o papo, trabalhei um pouco e como de costume, peguei minha agenda para anotar algumas coisas. Olhei fixamente para a data e pensei: Falta um mês para Maria “nascer” de Novo – tem post sobre isso amanhã -, e me vi com saudades.
Mas era uma saudade diferente, uma necessidade de alguém. Fiquei tentando entender meus sentimentos diante dessa data. E ai lembrei... Era dia dele. Hoje seu Eider -o vovô Braga - faria 83 anos de vida.

Quando constatei isso, entendi porque meu coração ficou nesse impasse. Que falta danada o negão faz.

Tem festa no céu! E dentro de mim chovem lembranças.
Ele era um homem festeiro, no final de semana tinha cheiro de Uísque, rs. Provavelmente hoje iríamos estar todos reunidos, comendo bolo com ele.

Vaidoso, andava com uma escovinha no bolso, para pentear seus poucos cabelos, que jamais desalinhavam. Seu desodorante tinha a mesma fragrância do seu perfume, Musk.
Acordava cedo, sentava em sua cadeira de balanço, toda feita de uma espécie de palha, com uma almofadinha no assento, agarravas-se no controle remoto e dominava a TV, era fiel a Globo, rs.
Seu café da manhã sempre tinha uma fruta, talvez uma mamão, um melão... Que ele mesmo limpava e cortava sentadinho a mesa, como num ritual diário. Lembro que ele pegava uma laranja pêra e dizia que a transformaria numa tangerina, cortava ela em quatro bagos e nos fazia acreditar em mágica.

O natal. Como ele amava as festas de final de ano. Reunia os netos para montar a árvore de natal, tradição da qual ele nunca abriu mão. No dia 24 ele organizava a ceia, cortava todos os pães, arrumava a tábua de frios – brigando comigo pelas azeitonas roubadas -, e queria todos lá. No ano novo, vestia sua camisa de botões branca, sua bermuda e sua sandália de couro, que logo depois deu vez a um tênis estilo futsal e uns meiões que iam além de sua canela, rs.

Quando a sua diabetes apertou, ele foi proibido de um tanto de coisas. Mas, tal qual a uma criança, roubava doces, rs. Tinha conta clandestina na padaria e comprava nosso silêncio com coxinhas, rs.
Sua dose de uísque que deveria ser única, era interminável, ganhava vez ou outra uma pingada a mais, que ele garantia ser fruto do gelo que derretia.

Uma de suas maiores paixões era o Sport Club do Recife, seu time de coração. Era louco por futebol, e se fosse futebol com cerveja, pronto. Tava feito o Combo do amor, rs.

Lembro do último dia dos pais em que ele estava conosco, eu tinha 13 anos. Pesquisei uma receita na internet, um doce que ele pudesse comer, encontrei uma musse de limão e preparei para ele. Devorou tudo, achando uma delícia. Resolvi provar e... que horror! Não sei se ele elogiou pra agradar, ou se seu lado formiga falou mais alto, rs.

- Estou com um nó na garganta e já nem controlo mais meu olho ensopado –

Na sua última semana de vida, ele já não tinha tanta consciência. No último domingo ele tomou seu banho, se arrumou todo e pediu que o colocassem no sofá, era dia de visitas. Nesse dia choveu muito e nem todo mundo conseguiu chegar lá. Ele voltou para o quarto, e essa foi sua última noite em casa.

Antes de ir à escola passei para vê-lo, conversei e pedi que ele agüentasse até os meus 15 anos, eu queria dançar a valsa com ele – Não tive festa de 15 anos, não fiz questão. Como seria sem ele? Não dava! -. Recebi uma afirmativa como resposta. Não vi mais meu avô. Quando voltei do Colégio encontrei minha mãe desesperada, limpando o quarto ensopado de sangue. Ele tinha sido socorrido e estava indo ao hospital. De lá ele não saiu mais vivo. Lembro bem de esse ter sido o pior dia da minha vida. Nessa noite eu dormi na cama dele, com a almofada dele, sentindo o cheirinho de musk, o cheirinho dele.

Sobrevivemos. Mas até hoje somos metade saudade.

Sinto tanto por ele não ter vivido mais, ele amava tanto essa vida. Mas quem pode ir contra as vontades que vem do céu?
Queria o aval dele sobre o meu casamento com um rubro-negro, mas que usa brincos, rs. Queria presenciar ele como bisavô dos meus rebentos. Escutar os tantos palavrões que ele soltava quando a bola batia na grade. Ou simplesmente, sentar lá fora com ele, chupando uma laranja mágica.
Guardo com carinho todas as nossas lembranças, e assim o sinto vivo dentro de mim.

Quando Maria nasceu, rezei e pedi que algum anjo dissesse a ele que ela havia chegado. Era a sua primeira bisneta. Sei que do céu ele nos mandou as melhores e maiores energias do mundo.

Termino esse post segurando meu choro, que já não é de tristeza e sim de saudade. Sei que ele vive em cada um de nossa família, enquanto tornamos firmes os laços que seu Eider sempre fez questão de fortalecer.

Vô, no céu não devem permitir uma dose de Uísque, então imagino o quanto o senhor deve ter resmungado. Mas é dia de festa, é teu dia. Que seu espírito seja luz! Amo você, sempre e pra sempre.

Em vocês um beijo e desculpe esse post carregado, eu precisava gritar essa ausência.



25/09/2014

Relato de Parto {Por: Luciana Pontual}

Quinta de relato!

Hoje é dia de conhecer a Luciana e o Arthur.
Depois de perder o pai, a Lu ganhou um presentão, ela estava grávida!
Com tudo organizado, pronta para trazer ao mundo seu filho,descobriu que estava descoberta pelo plano de saúde e teve que mudar o os planos, e ir em busca de uma maternidade pública.
E não para por ai, com pressão alta e muitas horas em trabalho de parto, tudo mudou novamente. O parto normal deu lugar a uma cesariana. 

"Antes de falar do dia do parto, preciso contar um fato que aconteceu comigo quando eu ainda estava grávida. Depois de descobrir que estava grávida corri e fiz um plano de saúde,  já que antes eu usava o plano do trabalho do meu pai, que era Sargento, porém meu pai faleceu em março/2013 e em abril/2013 descobri a gravidez. Quando solicitei o plano para mim, eu não sabia nada dessa coisa de "carência", então confiei no promotor, que havia me dito que a carência para o parto era de 6 meses, e que eu podia ficar despreocupada. Quando cheguei ao oitavo mês, fui autorizar o parto na central da empresa, descobri a mentira, na verdade eu estava totalmente descoberta, o plano de saúde não cobriria meu parto. Fiquei desesperada sem saber o que fazer, tentei negociar o valor do parto, valor esse que era muito alto pra mim.  
 ]
Dai com quase 38 semanas fui procurar saber como faria para ter mu bebe pelo tão temido SUS, já tinha escutado falar tantas coisas sobre o atendimento por lá, que foi inevitável não ficar com medo. Por sorte minha, descobrir que uma pessoa da minha família, trabalhava na maternidade Barão de Lucena - um primo distante é o chefe da obstetrícia de lá -. 
 No dia 03/12/2013 fui lá na maternidade tentar falar com ele, como ele não estava, acabei contando a minha situação a uma outra obstetra, ela me aconselhou a fazer uma ficha para que assim eu fosse avaliada na emergência. Depois de ser atendida, fui informada que se caso eu entrasse em trabalho de parto, poderia ir para lá. No mesmo dia fui pra casa e enquanto estava terminado de fazer as lembrancinhas da maternidade, comecei a sentir umas cólicas leves, chamei minha mãe e ela me aconselho a irmos na maternidade do meu plano de saúde. 
A médica me examinou e descobrimos que eu estava entrando em trabalho de parto e o pior de tudo, minha pressão estava alta e eu corria risco de ter pré eclampsia. 
 Quando foram checar a carência do plano e descobriram que o parto não seria coberto, me informaram que eu seria transferida para uma maternidade pública -imaginem o jeito delicado que ela falou #sqn -. 



Sendo assim avisei que tinha cadastro no Barão de Lucena e pedi para ser transferida para lá, mas ela falou que não era do jeito que eu queria. O procedimento correto seria entrar em contato com a central do SUS e eles iriam ver a maternidade que tinha vagaPara minha surpresa, a maternidade que tinha vaga naquele momento era justamente o Barão de Lucena, fiquei mais aliviada, sabia que Deus estava cuidando de mim.  

Enfim cheguei  na maternidade, era quase meia noite, fui atendida pela médica da emergência e fiquei internada, minha mãe e meu marido ficaram lá comigo. No outro dia, 04/12, fique em observação, minha pressão estava controlada, porém eu não sentia nenhuma contração e só estava com 1cm de dilatação.  

No dia 05 de dezembro, uma quinta feira,  seria aniversário do meu pai e todo mundo ficou na expectativa, será que o bebê vai nascer no mesmo dia do avô? Mas nada aconteceu. 
Como eu continuava com 1 cm de dilatação, os médicos decidiram induzir meu parto, eles começaram a administrar em mim uma medicação pela vagina, para que o colo do meu útero fosse dilatando. 

 No outro dia, 06/12  o colo do útero só havia dilatado 4 cm, pra acabar de completar minha pressão voltou a subir, então a médica de plantão me informou sobre a necessidade de uma cesárea. Eainda questionei se não podia esperar mais um pouco, pra que eu pudesse ter um parto normal, mas ela me alertou que eu e o bebê corríamos risco de vida.  Meu marido estava trabalhando quando entrei na sala de cirurgia, quando ele chegou o parto já havia começado, por isso não pôde entrar.  

Quando cheguei na sala fui recebida por uma equipe super simpática, atenciosa e divertida, desde o anestesista até o médico cirurgião. Durante toda a cirurgia uma enfermeira ficou ao meu lado e segurou a minha mão, o anestesista ficou do outro lado conversando comigo e perguntando o tempo todo se eu estava bem. 
De repente escuto um médico falando: Olha como ele é lindo! Como ele vai se chamar? E eu disse: Arthur.  
 A pediatra trouxe ele para que eu conseguisse vê-lo, a coisa mas linda que eu já tinha visto na vida. Beijei e cheirei muito meu filho, ainda lembro exatamente do cheiro dele e de como eu me senti quando o vi. 

Arthur nasceu com 3,200 kg e 46 cm. Depois que ele nasceu eu ainda fiquei 4 dias no hospital para controlar a pressão. E sim, fui muito bem tratada no Barão de Lucena, recebemos toda assistência necessária.  

Hoje meu Arthur tem 9 meses, e só me traz alegrias, amo demais minha cria. 
Ser mãe foi a melhor benção que Deus me concedeu. 

Eis ai meu relato de parto espero que gostem, eu amei escrever e relembrar esse dia, que foi mas feliz da minha vida."

Mesmo depois de tanto perrengue, o Arthur - enfim - veio, e com ele a certeza da vida.
Obrigada Lu por ter compartilhado sua história conosco.

E se você quer fazer como ela e mandar o seu relato de parto, é só entrar em contato conosco pela nossa fanpage ou, mandar um e-mail para blogumamaeconta@gmail.com. Certo?

Beijos e inté!


24/09/2014

Uma vó conta.


Como eu já falei algumas vezes aqui, a chegada do bebê não muda só a vida dos pais, na verdade uma família toda ganha um novo eixo. Quem era mãe, passa a ser avó, ou as "mães com açúcar", rs.
Minha vó materna por exemplo era a avó sonhadora, contadora de histórias, estimulava a nossa criatividade, amava o carnaval e tinha o cabelo cor de nuvem.
Já a paterna pegava a gente pela barriga, rs. Nunca faltava leite condensado, sorvete e dia de sábado - quando ela faxinava a casa - o almoço era cachorro-quente para o nosso delírio, rs.
Passei minha infância na casa delas, com os primos, respirando aquele ar que só casa de vó tem, sabe?

E graças a Deus, Maria tem as duas vovós pertinho - e o vovô Rui também -, e se refestela quando está no território dessas corujas.

E já que eu abri um espacinho aqui para relatos de amor, contando sobre a mudança que os bebês trazem com a sua chegada, trago hoje um relato especial, o da minha sogra.
É curtinho - ligeiro feito ela, rs! -, mas quem conhece sabe, metade dela é amor e a outra também.

"Amor de mãe. Amor de vó. Incondicional!

Nunca me imaginei nessa posição, a de colocar no papel os sentimentos mais íntimos e ao mesmo tempo tão escancarados. Os sentimentos de uma "avolescente".

Sabe aquele ditado - bem conhecido - "Quem pariu Mateus que o balance!",  pois é... não serviu pra mim. 
Me pego inventando mil e um motivos, desculpas, procurando brechas - ou criando eventos para o meu filho e nora, rs - só pra ganhar um "vale night" com as crianças. 

A gorda - como Maria é carinhosamente chamada - é a figura mais linda do mundo - pausa para baba -. Sonhava em ouvir ela me chamando de vovó, vozinha - como os meus filhos chamam as suas avos -, mas contrariando tudo, me deparo com ela me chamando de Eliane, sem rodeios. E apesar dos apelos/chantagens, nada muda, coisa rara é ela me chamar de vovó, rs. Na verdade, ela chama todos pelo nome, só quem escapa é o vovô Rui.

Moro um pouco distante deles, na verdade em outra cidade (Olinda), e levo uma desvantagem no convívio diário em relação aos vovos maternos - invejinha branca -. Mas acreditem, não rola ciúmes, somos todos bem resolvidos e graças a Deus rola muito amor, e Maria consegue nos mostrar que não existe uma preferência, ela ama a todos igualmente., com o mesmo carinho e atenção, uma linda. Zezinho terá bons exemplos.

Bom, só me resta torcer por mais "vales" em dobro, afinal de contas, agora temos em nossas vidas o bebezinho lindo, José."

E se você é vovó, e também quer deixar registrado aqui todo o seu amor, manda seu relato pra gente através do e-mail blogumamaeconta@gmail.com ou fala com a gente lá na nossa fanpage. 

Estamos sempre abertos ao amor!

Um beijo, e té a próxima!


23/09/2014

Relato de parto {Por: Rafaela Sobral}

Terça é dia de relato de parto, fico ansiosa por isso, sempre (:

Hoje vamos conhecer um pouquinho da historia da Rafaela, que trouxe a Camila ao mundo através de um parto cesáreo.
O mais legal dessa historia em si, não é o parto, é a aceitação e o amor que envolveu a Rafa e a sua pequena. Vamos conhecer um pouquinho delas?

"Me chamo Rafaela Sobral, tenho 27 anos e sou mãe da Camila.

Lari, vendo os relatos de parto do teu blog, fiquei com vontade de falar um pouco sobre o que vivi.

Bom, sou daquelas meninas que desde pequena sonhava em ser mãe, e acaba transferindo esse desejo para as brincadeiras. Fui crescendo e imaginando - sempre - o dia em que eu seria mãe - e de uma menina -.
Conheci o pai de Camila porque ele é irmão da amiga da minha irmã. 
Começamos a ficar e findamos namorando.Em pouco tempo, percebemos que não era o que queríamos e terminamos, mas esse curto tempo foi o suficiente para que Papai do Céu enviasse um presente para a gente. 
Só descobri que estava grávida aos 3 meses e meio de gestação, e ai viria a parte difícil, eu precisaria contar para a minha mãe. 
O começo foi terrível: minha mãe com "raiva" de mim e eu, que sempre sonhei com aquele momento, não conseguia curtir nada, só chorar. 
Como tudo na vida passa, essa fase logo passou - na verdade, pra mim pareceu a eternidade - e a criança que não foi planejada, passou a ser a mais esperada que já vi! 




O parto foi marcado para o dia 20 de junho de 2008, e esse dia se tornou o mais feliz da minha vida! Quando a vi pela primeira vez, não conseguia acreditar que podia ter gerado um ser tão perfeito dentro de mim. Ela era a realização do meu maior sonho: o de ser mãe! 

A partir desse momento, meu mundo mudou, minha vida passou a não ser só minha e ela conseguiu trazer para as famílias - minha e do pai dela - uma alegria que só ela é capaz de transmitir.

Hoje, sei que não temos total controle sobre nossa vida, sobre nossos planos e que tudo na vida acontece no exato momento em que deve acontecer, mesmo que não entendamos."

Com o relato a Rafaela me mandou quatro fotos anexadas, duas do parto, uma com a Camila maiorzinha e uma de todos vendo a Camilinha pelo vidro da maternidade. E foi justamente essa última foto que me fez reler o relato inteiro. 
A Rafaela conta sobre uma parte difícil, da recepção negativa da sua mãe diante da notícia da gravidez, da falta de ânimo diante da sua tão sonhada gestação... mas pelas carinhas por trás do vidro, vemos que junto com a Camila, todos eles renasceram, graças ao amor.




E se você também quer nos mandar o seu relato de parto, é só nos enviar um e-mail para blogumamaeconta@gmail.com ou enviar uma mensagem lá na nossa fanpage.
Certo?

Beijocas e até a próxima!




22/09/2014

Tá de castigo!


Cas.ti.go, masculino
1.                 Pena imposta a quem cometeu delito ou falta
2.                Repreensãoadmoestaçãocorreção
Etimologia: Derivado do verbo castigar.
Tá ai uma frase que é muito escutada aqui em casa: “tá de castigo!”. Antes de me darem a vassoura de bruxa deixe-me contar a historia.
 Primeiro, prefiro voltar ao passado, a minha infância. Na minha época não existia “lei da palmada” – Xuxa só servia pra entrar e sair da nave -, e sim eu levei alguns tapas da minha mãe. – O que não fez com que meu amor diminui-se, mas isso é pauta para outro post, rs. – Já meu pai, não era adepto as chineladas. Sempre que conto das broncas de seu Rui, falo sobre o olhar que ele usava quando condenava algo que fazíamos, era muito pior que uma pisa, rs. Painho colocava de castigo sem dó, e aplicou esse método basicamente até os meus 18 anos, cortava internet, telefone e passeios. Embora eu fervesse de raiva, respeitava e não quebrava nenhuma das regras. Hoje em dia tenho uma ótica positiva sobre esses castigos, surtiam um efeito danado. (Preciso salientar que, minha mãe é uma pessoa maravilhosa, sou loucamente apaixonada por ela.) 
Quando Maria nasceu e começou a colocar em prática suas trelas, me peguei pensativa, como eu reagiria e castigaria as atitudes dela. Marcelo sempre condenou palmadas, e foi então que fechamos o pacto, nada de tapinhas ou tapões, decidimos por adotar um cantinho da disciplina – obrigada, Super Nanny! -. 
Eu sempre brinco que sou a melhor mãe do mundo na teoria. Li um bocado sobre as formas de aplicar os castigos, sobre tom de voz e postura. Tudo pra tentar criar uma moral diante da situação. Mas, no fundo no fundo, eu sabia da minha covardia, e me conhecendo bem, eu não conseguiria ser sempre equilibrada o suficiente para não gritar, explodir, sapatear e porque não, chorar.
 Meu erro.
Se no meio de uma birra ou desobediência, Maria não atendesse as minhas ordens, eu desistia de primeira, e ai cometia o maior erro, gritava logo: “Olha Marcelo, vem ver o que Maria está fazendo!”. Ou seja, eu mesmo tirava a minha autoridade e transferia o abacaxi pra ele. Que para a minha sorte, sabia contornar a situação.
Sempre que alguém me via chamar por Marcelo, me alertava sobre eu estar fazendo errado. No começo eu não via dessa forma, até que vi que estava perdendo as rédeas e decidi, era hora de assumir a pose de mãe que diz não e pior, castiga.
 Teoricamente é fácil, na prática...
Quando José nasceu, o primeiro mês – aliado ao famoso “terrible twos” que eu contei aqui – foi marcado por birras históricas de Maria Cecília. Eu tinha que colocar em prática tudo que eu li, como sempre falar baixinho, mostrar que estava calma, que aquela situação me deixava triste, agachar pra falar de igual pra igual.
Por muitas vezes eu conseguia, e sim, surtia efeito. Mas, nem sempre eu to “budista” o suficiente... o sono, cansaço, a irritação e tantas outras coisas, me fizeram gritar, perder o controle e chorar.
Sim, eu chorei na frente da minha filha. Depois de tentar vesti-la por dezenas de vezes, para que pudéssemos viajar, e ter como resposta muito choro e manha, deixei ela sozinha na sala e fui para o meu quarto, enfiei a cara no travesseiro e comecei a chorar. Me senti impotente. Como eu não conseguia controlar uma criança de apenas dois anos de idade? Quando decidi respirar, notei que ela estava paradinha na minha porta, com os olhos cheios de lágrimas e me perguntando se eu estava triste. Respondi que sim, que aquela atitude dela tinha me deixado muito triste. Ganhei um abraço aliado a um pedido de desculpas e uma promessa “Fica calma, mamãe. Nunca mais eu te deixo triste, prometo!”. Obviamente que ela já trelou um bocado depois disso, mas a inversão de papéis daquele dia, me fez refletir muito sobre a minha postura.
 As artimanhas de Maria.
Quem conhece Maria Cecília, sabe a pecinha que ela é. Inteligente e esperta, o combo da enrolação, rs. Sempre que leva uma bronca, ou é mandada para o quarto de castigo, ela usa um dos seus maiores poderes, a fofura!
Trata logo de dizer que ama MUITO, que sabe que é culpada – não se espantem Maria tem um vocabulário riquíssimo, até eu me assusto às vezes, rs – que jamais fará de novo, que o mal dela é sono e todo o blá blá blá pra fugir do castigo.
Manter-se firme diante dessas malícias não é fácil, vez ou outra tenho que respirar fundo e prender o riso, porque tudo isso é bonitinho hoje, mas talvez amanhã não seja tão engraçado assim.
 Deixa isso é sono!
Se não bastasse a habilidade dela para tentar escapar do cantinho da disciplina, tem sempre alguém que pra justificar o ato errado. Vez ou outra dizem pra deixar passar, que tudo aquilo só aconteceu por ela está com sono. E de tanto Cecília escutar esse argumento, e achar que ele era funcional o suficiente, começou a usar como trunfo. Ela mesma dizia: “Não briga comigo, sabe o que é isso? É sono!” Mas, Marcelo sempre a advertia, afirmando que quem estava com sono dormia, e não fazia coisas erradas.
A gente acha que não, mas eles são muito observadores e usam tudo a favor deles. É por isso que as pessoas deveriam pensar e repensar antes de “meter o dedo” na hora em que um pai/mãe está tentando corrigir algo do filho.
 Compreendendo o castigo.
Decreto que ela está de castigo e pergunto se ela sabe o motivo, ela abaixa a cabeça, como quem quisesse fugir da bronca e diz que sabe. Quando é questionada pelo motivo, ela sempre diz: “eu não sei!”. Rebato dizendo que ela sabe que é errado, que não pode e que ainda assim ela fez. Então ela precisa ficar de castigo pra pensar um pouco. E o castigo só tem fim se ela permanecer quieta, e depois de bons minutos resolver pedir desculpas.
Se nada disso funcionar, começamos avisá-la que o comportamento errado a fará perder de assistir TV ou de realizar algum passeio, pra que ela possa entender que quem não se comporta não se da tão bem assim.
 Castigar pra que?
O castigo é a conseqüência de algo errado que a criança fez, e ela precisa ter ciência disso, é importante explicar o motivo da punição. – odeio essa palavra, acho forte. Né? –
Castigar tem como objetivo fazer a criança fixar regras, ajudando ela a crescer com uma conduta equilibrada, um individuo saudável e bem instruído.
A conseqüência positiva disso tudo, é que a criança vai absorver a real intenção de ter sido castigada e tentará agir direito, conforme as regras, estimulando assim a capacidade de superação e crescimento. 
Bom comportamento e aplausos!
Da mesma forma que sabemos dar broncas e aplicar o castigo, também devemos elogiar o bom comportamento.
Aqui temos o costume de aplaudir uma boa conduta, uma conquista nova ou quando ela respeita a ordem de primeira. Às vezes rola um chocolate como prêmio, acho legal incentivar e mostrar que aquela atitude positiva fez com que ficássemos felizes, e de tabela, ela se enche de orgulho e fica feliz também.
 Cada pai educa seu filho da maneira que acha pertinente, não estou criando um padrão e nem dizendo o que é certo ou não. Que isso fique bem claro, rs.
A intenção desse post é dividir com vocês a minha experiência, e quem sabe assim ajudar de alguma forma. Além de mostrar que, não vivo um conto de fadas, pelo contrário.
 Ainda assim, é importante frisar que; nós do blog Uma mãe conta, somos totalmente conta a violência infantil. Nossa crianças precisam de amor, não de agressões!
 E vocês, como exercem a autoridade enquanto pais? Comenta aqui pra a gente trocar uma idéia, beleza?
 Fico por aqui, beijos!



 
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