17/09/2014

O adeus a chupeta



Assim que chegamos em casa da maternidade, depois de um banho, um leite extraído diretamente da mamãe, Maria conheceu a chupeta. Não me lembro se ofereci o bico por ela estar chorando, ou se fez parte da minha curiosidade saber se ela aceitaria. Logo, Maria e a sua chupeta criaram laços.

 A ideia inicial era oferecer o bico para o acalento e na hora de dormir, mas a historia foi outra. Devo dizer que, nunca tive a chupeta como uma grande vilã. O cansaço de mãe me fez agradecer muitas vezes por minha filha usar chupeta, e por mais que eu soubesse dos malefícios do uso do bico, eu ainda não tinha sentido impacto nas nossas vidas.

Quando Maricota começou a frequentar o colégio, logo veio a proposta de desfralde (já contei como tudo aconteceu aqui), eu achei que demoraria um bocado até conseguirmos desfraldas por completo, mas Maria nos surpreendeu. O primeiro semestre acabou e com eles as fraldas se foram, ufa.
Depois desse processo, eu me prometi que aguardaria um pouco mais até dar os próximos passos, eliminar a chupeta e a mamadeira.
Mas, me penalizei por achar que seria uma carrasca por tirar a pepê - nome dado por Maria - sem um motivo concreto. E com a chegada de José - e a esperteza de Maria - era óbvio que ela me questionaria o motivo dele poder usar chupeta e ela não. Ai eu percebi que pra entrar nessa guerra, eu precisaria estar armada, minhas munições teriam que ser infalíveis, e talvez eu não estivesse preparada pra tanto, rs. Então, decidi adiar os planos.

Certo dia comecei a perceber que a língua de Maria havia ganhado umas plaquinhas brancas, e que mesmo após a escovação elas permaneciam lá. Mas, ainda assim não linkei esse problema a chupeta, deixei passar e só anotei na agenda uma possível visita ao dentista.
Logo veio o mau hálito. Escovamos os dentinhos dela, o cheirinho de morango pairava no ar, mas era só colocar a chupeta que tudo ia por água abaixo. Na minha covardia, preferi trocar de marca, material, buscando bicos novos, pra quem sabe assim achar o vilão do mau hálito. Nada feito.
E pra completar, os micro dentinhos da Maria começaram a entortar.

Conversei com Marcelo e decidimos, era chegada a hora de dar adeus as chupetas. 
Li muito sobre todo o processo, tentei achar alternativas, pesquisei bastante para que essa fase não fosse tão sofrida. 

Minha estratégia inicial foi prometer uma troca, e pra isso envolvi papai Noel nessa jogada, rs. Combinamos um Tablet de Natal, mas pra isso ela deveria entregar o bico ao bom velhinho. Conclusão, Maria Cecília resolveu me dizer que achava melhor não ganhar presentes, afinal de contas nem do papai Noel ela gostava, rs.
Então, decidi que usaria os personagens prediletos dela como exemplo. Separei um episódio em que Peppa ia dormir, na sua caminha e sem a chupeta. Assistimos juntas e durante todo o desenho, eu repetia freneticamente "olha lá, a Peppa dorme sem pepê". Dando o título de "mocinha" para a porquinha, rs. Além de comentar que o papai e a mamãe Pig, deveriam estar felizes, afinal de contas a filha deles não chupava chupeta pra nada. Maria só concordava, mas quando a proposta era que ela fizesse igual a Peppa, o drama reinava.

Comecei a questionar a Maricota quais dos seus amigos usavam a pepê, ela parou, pensou e surpresa disse: "nenhum!".
Foi a deixa certa. Acho que ali, ela conseguiu compreender que só ela ainda chupava chupeta, e querendo omitir o fato tratou logo de dizer: " eu também não uso mais, né mamãe? Vou jogar fora, hoje!". E de fato jogou.

O dia todo foi tranquilo, fomos a um aniversário e na volta, ainda no carro, ela nos fez a proposta de usar a chupeta só para dormir e nada mais. Repeti todo o meu enredo, lembrando que nenhum dos seus coleguinhas usavam mais, assim como a Peppa, Tasha, Uniqua, rs.

Coloquei ela na cama, dei o beijo de boa noite e ela constatou: "estou indo dormir sem chupetas, eu sou uma mocinha, igual a Peppa, não é mamãe?". Balancei a cabeça positivamente e ela soltou: "Mereço um chocolate!".
Concordei com a oferta, desde que a promessa fosse mantida, nada de chupetas!
E pra minha surpresa e orgulho, minha mocinha dormiu sem chupetas, sem choros e feliz com a nova conquista. No outro dia cheguei carregada de chocolates e de amor.

Passado apenas uma semana, as plaquinhas da língua foram sumindo e o mau hálito desapareceu. 

Foi bem mais fácil do que eu imaginava. O que eu acabo percebendo com isso tudo, é que sempre é mais difícil pra mim do que pra ela, rs.
Agora, a próxima meta é dar adeus a mamadeira, quem sabe não venho contar esse trunfo antes do final do ano, ein?

E antes que me perguntem, eu respondo logo, rs. Sim, José ainda usa o bico. Porém, só para dormir, mas, já pensei em excluir a chupeta da vida dele de agora. Quem sabe eu não consiga, rs.

E vocês, como lidaram com a chupeta? E até quantos anos seus filhos usaram? E como foi esse desapego? Conta pra gente!

Um beijo! 



1 comentários:

  1. Que legal!! Aqui o processo da chupeta foi fácil, complicado foi a fralda :/. Primeiro era o início da escola, e eu claro, com medo de serem mudanças demais, depois a troca de cidade. Até que um belo dia o pai propôs trocar a chupeta por um quebra-cabeça e assim foi..
    A fralda demorou um pouco mais, mas tão logo largou a diurna, a noturna tb foi junto. Já a mamadeira, essa sim acho que vai ser difícil, ele usa apenas pra tomar vitamina mas já tentei de um tudo pra que ele tome a vitamina no copo e não vai. Vou esperar mais um pouco

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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