30/09/2014

30 dias para os 3.


Tentei começar esse post sem comentar sobre a velocidade do tempo, mas como não falar disso? O tempo engoliu o meu bebê, o meu primeiro fruto esta beirando os seus três anos de vida. E se fosse só isso... Quanta independência, minha gente!

Se eu voltar meus pensamentos para 2011, quando ela ainda era semente, sou capaz de se sentir seus chutes, exclamando vida. Mas nesse tempo, eu já queria que ela pulasse fora dali, minha ansiedade pedia que os dias corressem, eu queria Maria nos meus braços. Hoje vejo que eu devia ter tido menos pressa...

A vida anda tão veloz, que a sensação que eu tenho é de ter dormido com ela ainda bebê e acordado com uma mocinha tão dona de si. 
Em 36 meses de vida, mudaram muitas coisas, ela, eu, a nossa casa. Ganhamos mais um para somar na família, tivemos que nos readaptar a uma nova rotina. 
Ela teve que compreender o novo, e encarou isso com uma maturidade que me surpreendeu. Por vezes ela fez o papel de “mãe” do José, tentando acalmar ou simplesmente brincando de me imitar.

Também é excelente conselheira vez ou outra solta umas frases que fazem com que eu e Marcelo troquemos olhar, abismados com o feito. Como aconteceu essa semana, descíamos as escadas cheios de bolsas – dois filhos e suas muitas bagagens! -, ela segurava a minha mão e descia sem pressa, Marcelo que vinha com José no colo, ofegante pelos degraus, parou atrás dela e não deu outra, percebendo que talvez estivesse atrapalhando a velocidade do pai ela soltou: “Calma papai! A gente tem que ter calma nessa vida!”. Demos risada. Mas ficamos pensativos sobre a frase, afinal de contas muitas vezes descemos as pressas, sem calma alguma para “essa vida”. Maria mais uma vez estava certa.
Isso mesmo. Maria nos doutrina muitas vezes. Nós a educamos e somos participantes ativo do seu desenvolvimento com indivíduo na nossa sociedade. Mas ela tem um papel fundamental no nosso crescimento. Nem sei bem te dizer como era a Larissa de antes da Maricota, só te digo que prefiro mil vezes essa que não sabe dizer não para a promoção das bonecas da “My little pony” e que troca uma cerveja gelada por um episódio da Peppa Pig.

Maria me faz mãe, tudo começou graças a ela. Ela é a “mãe da criança” que eu era. 
Sempre falo em renascimento, mas não vejo outra palavra que defina a minha condição com a chegada dos meus filhos.

E antes que pareça, eu não sofro por estar perdendo o meu bebê, mas tenho saudades. Lidar com essa coisa de “eu sei fazer, mamãe!” me faz ver que logo logo eu não vou ter controle sobre tudo, e talvez isso me incomode, mas eu sobrevivo, rs. 

Não, eu não crio os filhos para o mundo. Crio eles para o amor, mas com a liberdade de escolher, o que acho bem diferente. 

Faltando 30 dias para os 3, eu me pago no ritual que antecede mais uma primavera de Maria. Me cerco de fotos antigas, das anotações da gravidez, dos relatos do seu primeiro ano de vida. Mergulho nessas lembranças tão gostosas e parece que ela tá ali comigo, na barriga quentinha da mamãe. É como se eu estivesse me preparando para parir mais uma vez, só que dessa vez uma menina de vocabulário rico e coração enorme, a minha Maria.











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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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