De uma coisa eu sempre tive certeza, eu queria ser mãe. Minhas amigas que me acompanham desde o colegial, sabem bem disso. Esse instinto maternal sempre esteve em mim.
Dar frutos foi como me completar, me encontrar e finalmente me decidir sobre a vida que eu queria pra mim.
Apesar da pouca idade, a intensidade em qual vivi, me faz garantir boas experiências, eu saciei minha vontade de mundo, daquela coisa só eu. Foi ai que eu pensei no plural, queria meu espaço, minhas crias, um marido... queria a minha família. Pra chegar a essa conclusão foi preciso encontrar antes de tudo um parceiro. Marcelo veio, e com ele tudo se tornou palpável. Floresceu!
Comecei a viver a maternidade da forma que eu sempre quis, por inteiro.
Eu consegui passar por essa transição tranquilamente. A sexta-feira que antes era regada por cervejas, passou a ter como presença ilustra Peppa pig na TV. No sábado eu posso ser a rainha do castelo ou simplesmente brincar de esconde-esconde. Domingo é o dia da preguiça, rs. Todo mundo acorda, corre pra minha cama, com aquelas cara amassadinhas, ê delícia!
E sim, eu vivo feliz. Mas, ainda assim sofro uma constante cobrança – chata -, vez ou outra alguém acha que de me dizer “Você tem que viver!”. Que vida? A de antes.
Sou criticada por não conseguir “desgarrar” dos meus filhos, por não gostar de planejar ou realizar algo sem eles. Como se isso fosse o fim do mundo.
Claro que vez ou outra eu quero e busco o meu espaço. Como por exemplo, às horas em que sento em frente ao computador, para escrever para o blog, quando vou com a minha mãe ao centro da cidade, andar sem rumo, entrando em meio mundo de lojas cheias de quinquilharias, rs. Ou, simplesmente enquanto cozinho uma besteira só pra mim.
Ainda gosto de tomar uma cervejinha com as amigas, mesmo que seja na sala do meu apartamento, ou troco tudo isso por uma rodada de brigadeiros com fofocas – do bem, rs! -.
Também sei da necessidade como casal. Que vez ou outra é preciso respirar fora da atmosfera Johnsons baby. Namorar é preciso e lidar com tudo isso, talvez seja a parte mais difícil.
O que eu queria que as pessoas entendessem, é que eu mudei o rumo da minha vida, e mudei porque eu quis. Eu escolhi essa troca. E isso não me faz mal ou me deixa reclusa, meus filhos são as melhores companhias que eu podia ter, tenham certeza disso.
Sabe o que eu sempre penso? Eu preciso bebê-los enquanto são assim, miudinhos. Já já eles terão outra visão de mundo, necessidades e apegos. E eu vou ter que compreender/aceitar o curso da vida, assim como aconteceu comigo. “Logo chegarão as “melhores amigas (os)”, os namorados (as)” e eu vou ser a certeza do colo que aconchega ou da bronca que tenta dar rumo a tanta coisa nova. E quando essa fase chegar, eu vou sentir falta de tudo isso que eu vivi agora, pode escrever.
Por enquanto, deixa eu viver a balada das fraldas mesmo. Deixa eu gastar bons minutos pensando em que vestido Maria deve usar para ir a festa da coleguinha. Ou, se José vai se adaptar a temperatura da onde vamos. Deixem que eles durmam embaixo das minhas asas, ainda não estão em tempo de voarem do ninho mesmo.
Respeitem a minha decisão de abdicar dos shows, bares e festas. Respeitem a minha condição de não me sentir bem dormindo longe deles. E acima de tudo, me respeitem como mãe. Só e somente.
Não estou concorrendo à vaga de Madre Tereza de Calcutá, muito menos condenando as mães que conciliam a maternidade com uma vida social diferente da minha. Cada qual com suas fontes de felicidades. Temos que respeitar a condição de cada de mãe e pronto, todos seguimos bem.
Quer que eu te defina um final de semana bom pra mim? Vou citar esse que passou... Bom mesmo é quando na sexta-feira, mesmo depois de uma puta dor de estômago, você recebe os cuidados dos seus três amados. Quando no sábado você bate perna no centro, buscando todos os mimos para dar graça ao chá de fraldas da sua prima mais nova – Maria Flôr -, almoça na casa da mãe – aquele gostinho que só a comida de mainha tem – e depois vai a outro chá de fraldas – o da Clarinha -. No caminho você bate um papo-cabeça com a sua filha de 2 (dois) anos, sobre como os bebês moram na barriga. E chegando lá, se reúne com outras mamães só pra trocar experiências, ou desabafar os erros, rs. Quando no domingo, mesmo depois de uma mini faxina, você tem a felicidade de almoçar o que o seu marido preparou e enfrenta a maratona de conseguir arrumar todos, para uma festa de aniversário no fim da tarde – obviamente me atrasei, eu ainda não lido bem com a logística de ser mãe de dois, rs -, ainda rola um pit-stop no shopping – afinal de contas você não teve tempo de comprar o presente antes -. Na festinha – da querida Alice -, você ainda tem que driblar a Minnie porque sua filha está com medo, ou lidar com o fato do seu filho de 6 meses, ter puxado a bandeja do garçom derrubando todo o molho de mostarda que nela estava. E no fim de tudo, ter que cozinhar 4 (quatro) papinhas diferentes e ainda o almoço dos outros dois.
E mesmo que isso tudo seja cansativo – e é! – você dorme com a sensação de que o final de semana não podia ter sido melhor. Que você foi mãe em essência e na prática. A mãe que você sempre quis ser.
Agora quando me mandam viver, eu mentalizo sempre: “mais do que eu vivo? Pra que?”, e sigo em frente com a certeza de que eu posso pecar por excesso, jamais por omissão. E fim de papo.
Um beijo em vocês.
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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.