08/06/2014

APLV. {Alergia à proteína do Leite de vaca}


Você já ouviu falar na "APLV "?
É sobre essa alergia alimentar que eu vou falar hoje, irei começar explicando pra vocês do que se trata a APLV, os sintomas, tratamento e restrições. 
Ainda bati um papo especial com a Ingrid Sbardelotto, que é mãe da Lívia (lili), que convive com a APLV.

O QUE É APLV? 

A APLV (alergia a proteína do leite da vaca), é o tipo mais comum de alergia alimentar. Aproximadamente 1 em cada 20 bebês possuem a APLV. 
A alergia alimentar AA é a reação adversa do sistema imunológico às proteínas de alguns alimentos, sendo os mais comuns, leite de vaca, soja, ovo, trigo, frutos do mar... 
Na maioria das situações, há aquisição de tolerância às proteínas do leite de vaca até o terceiro ano de vida. Vinte e cinco por cento das crianças desenvolvem tolerância antes dos 12 meses, 50%, antes dos 2 anos, e 85%, antes dos 3 anos. Apenas 15% dos indivíduos com APLV IgE-mediada persistem com alergia aos 8 anos de idade. Crianças com doença não IgE-mediada em geral tornam-se tolerantes mais cedo.
Pesquisas mostram que alguns fatores colaboram para esse intolerância a proteína do leite da vaca, como por exemplo, prematuridade, lesões no intestino ou até mesmo o contato precoce com a proteína do leite.
Na APLV, o organismo da criança não reconhece uma ou mais proteínas do leite da vaca e reage a elas.

SINTOMAS

Os sintomas mais comuns são vômitos, cólica, diarreia, fezes com sangue, perca de peso, dermatite atópica e urticária, além de problemas respiratórios e tosse.

DIAGNÓSTICO

É preciso antes de tudo traçar toda a história alimentar da criança, mesmo que essa ainda tome leite materno exclusivamente, já que a proteína pode ser passada através do leite da mãe. 
A dosagem de IGE especifica para o leite da vaca e alguns exames físicos, são necessários na investigação. 

TRATAMENTO

Com a diagnóstico, começa a dieta de exclusão da proteína do leite da vaca na criança, ou na mamãe, caso esteja amamentando.
Geralmente essa dieta de exclusão, dura em média 12 meses, quando a criança ou paciente é reavaliado. 
A substituição do leite de vaca pode ser feita com fórmula de hidrolisado proteico ou, a partir do sexto mês de vida, com fórmula de soja. Não havendo melhora clínica, principalmente nos casos de manifestação gastrointestinal, deve-se tentar a fórmula de aminoácidos.






Bati um papo com a Ingrid que tem 22 anos e é mãe dessa fofura ai, a Lívia que tem 2 anos e 6 meses. Elas descobriram a APLV em Fevereiro deste ano (2014) e a partir de então, tiveram que aprender juntas a conviver com a alergia alimentar a proteína do leite da vaca.

Como você descobriu que sua filha tinha APLV? 
Bom, amamentei a Lívia até 1 ano e 11 meses de vida (até o sexto mês o leite materno foi o único alimento oferecido),  
A partir do desmame passei a dar a ela leite de caixinha, 1 mês depois fomos a uma festinha de aniversario em que a Lívia comeu alguns doces que não era acostumada, e começou a ter diarreias fortes e com um muco branco. Comecei a notar que quando eu dava mamadeira ela tinha mais diarreia ainda.
E ela também não conseguia ganhar peso.

O diagnóstico foi imediato? 
Não foi imediato, achávamos que era uma virose, mas a diarreia persistiu por 1 mês e meio, foi então que a pediatra dela me pediu para tirar o leite de vaca e ir trocando pelo de soja e ver como ela reagia. E pra nossa surpresa ela reagiu bem, a diarreia foi diminuindo e ela foi melhorando. Mesmo assim ainda precisei procurar uma gastropediatra que me fez trocar o leite de soja por um sem lactose, para saber se o problema dela era APLV ou intolerância a lactose, e ela voltou a ter a diarreia, então confirmado a partir de observações que era APLV. Mas ainda assim passamos por um processo de exames de sangue e de alergias, que deram negativos, mas ela foi constatada como alérgica não mediada, onde exames podem dar falso negativo. Por isso a verdadeira confirmação vem através de observações e a retirada do leite. Bom relatar também que existem diferentes sintomas na alergia ao leite, os sintomas da Lívia são uns dos mais leves.

Como foi pra você aceitar e entender as restrições que seriam impostas a sua filha?
Foi complicado, por que mudar uma alimentação toda com uma criança de 2 anos já, não é tão simples, ter que explicar certinho que alguns alimentos ela não vai poder comer porque fará dodói nela, não é tão fácil. Ela já estava numa fase de pedir o que queria comer. Mas com o tempo, fomos substituindo alguns alimentos que ela tanto gostava por outros em que ela podia comer e que até eram mais saudáveis.

Como foi a adaptção a nova alimentação? 
No começo a adaptação foi complicada, trocar um leite de vaca q tem um gosto bom, por um de soja que não tem o gosto tão bom. Ela não queria aceitar, mas com os dias ela passou a tomar uma quantidade maior, findou se adaptando logo. No resto, passei a procurar receitas em que ela podia comer, frutas ela sempre comeu então fui substituindo por doces, e procurando sempre nos rótulos o que ela poderia comer. E claro que com uma a Nutricionista fui ganhando mais ajuda na dieta dela, para que ela ganhasse peso, o que aconteceu rápido depois da nova alimentação

É fácil encontrar alimentos sem traços do leite? E os rótulos, são amigos nessa hora?
Não é nada fácil! Em alguns rótulos tem escrito "pode conter traços de leite". Me pergunto, como que alguém que fabrica um alimento não sabe que existe contaminação? Que certos objetos e maquinas vão produtos com leite? Existe poucas marcas de alimentos que fabricam alimentos sem traços de leite. E muitos sabem muito bem que o produto está contaminado e na embalagem não tem nenhuma informação.

O que você diria para as mães que passam por esse processo?
Diria pra ter muita paciência, força de vontade e coragem para ser firme com pessoas que acham que um pedacinho não fará mal algum, que é melhor evitar do que correr riscos desnecessários deixando eles sofrer. Diria também para ter muita fé, por que sabemos bem que a maioria das crianças tem a cura dessa alergia, e com muito amor a gente chega lá. Que saibam que todo esse sacrifício é pelo bem de quem tanto amamos, e tudo por eles vale a pena, para que um dia a gente possa ver eles se deliciando com alimentos com leite sem nenhuma restrição.

E depois desse papo bacana, a Ingrid ainda passou a receita do bolo predileto da Lili, que obviamente não leva proteína do leite da vaca. E quer saber o melhor? É UMA DELÍCIA!
Anota ai!





INGREDIENTES BOLO:

03 cenouras médias
02 ovos
1 xic. de chá óleo
2 xic. de chá de açúcar
2 xic. de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento

INGREDIENTES COBERTURA:

01 colher de sopa de Maizena
2 xic. água
1 1/2 xic. chá de açúcar
1 colher de Becel azul (única sem leite e traços)
1/2 xic. cacau em pó (uso o dos frades que tbm é livre de leite e traços)
Levar ao fogo até engrossar e cobrir o bolo.

MODO DE PREPARO DO BOLO:

Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar e bata por uns 5 minutos Depois numa tigela, coloque o restante dos ingredientes misturando tudo, menos o fermento esse por ultimo misturado lentamente.

MODO DE PREPARO COBERTURA:

Em uma panela coloque o açúcar, a becel e o cacau e le ao fogo. Dissolva a maisena na água depois coloque na panela. Junta tudo e mexe até engrossar

E ai, curtiram?

Eu realmente espero que esse post tenha ajudado de alguma forma a muitas mães. E vale o alerta ao APLV. Como a Ingrid disse, é importante que todas as mães tenham conhecimento sobre essa alergia alimentar que é tão comum.

Prometi a Ingrid e fica de promessa pra vocês, um post sobre receitas para festa de aniversário só com comidinhas (deliciosas!) livres da proteína do leite da vaca. Beleza?

Um beijo em vocês e até a próxima.








1 comentários:

  1. Tem o insta dela?! Estou passando por isso, gostaria de saber se ela dá dicas sobre alimentação

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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