03/07/2014

Relato de parto {Por: Karla Holanda}


Quando eu descobri que estava grávida, fui tomada por uma sensação incrível, eu despertei em mim um turbilhão de sentimentos, eu chamava de amor.
Defini o dia do "Positivo", como o dia mais feliz da minha vida.

Eu errei. O dia do nascimento dos meus filhos (mesmo com todos os pros), foi o melhor e mais especial dia. E sobre os sentimentos que eu sentia antes, eu ainda não sei definir, mas sei que amor mesmo, é o que eu senti quando olhei pra eles pela primeira vez.

Foi sabendo do potencial desse momento mágico, o parto, que eu pedi que as minhas leitoras me enviassem relatos de seus partos.
A Karla enviou cheia de carinho a historia do encontro com a sua filha, Alice.



"Bem, eu sempre quis ter parto normal, apesar de ser uma medrosa, principalmente no que diz respeito a dor, só de pensar em ser cortada e ficar cirurgiada, me dava nos nervos. Eu queria sair "nova" da sala de cirurgia pra poder cuidar da minha filha sem problemas. Comecei a sentir as primeiras contrações (leves) de 1h da manhã, lembro que estava acordada ainda com a minha mãe no quarto, costurando as últimas coisas do enxoval de Alice. Passei a madrugada relativamente bem, as contrações vinham a cada 30 minutos. Mas a ansiedade já começava a tomar conta de mim. Passei a manhã inteira organizando tudo e liguei para a minha médica, já perto do começo da tarde, por volta das 12h30. Para minha surpresa o celular dela só dava desligado, tentei inúmeras vezes a ligação mas não consegui. Tentei o número da secretaria e por ela fiquei sabendo que a minha obstetra estava em outra cidade e que só voltaria no domingo. Depois dessa notícia fiquei mais ansiosa ainda, pensando em quem faria o meu parto e consequentemente as minhas contrações aumentaram, foram passando para intervalos de 10min entre uma e outra. Chegamos no hospital no final da tarde, procuramos pelo médico obstetra de plantão e graças a Deus era um médico maravilhoso, o médico que fez o parto da minha mãe quando eu nasci. A partir daí fiquei mais tranquila, e entrei para a sala pra fazer o bendito EXAME DE TOQUE. Gente, que dor! Eu pedi pra que ele parasse, não estava aguentando. Estava com uma dilatação muito pequena, apesar de tantas horas já sentindo contrações; Tomei alguns remédios, não lembro bem o que, acho que era algo pra que adiantasse mais o trabalho de parto. Esperei por mais uma hora. Fiz novamente o exame de toque. Fui no céu e voltei. Eu só estava com 5 cm de dilatação. O médico me perguntou se eu gostaria de esperar mais tempo, pra que eu conseguisse a dilatação necessária teria que esperar por mais algumas boas horas. Fiquei com muito medo, Alice mudou de posição, uma posição não muito favorável para parto normal. Vocês já devem imaginar o que aconteceu, né? Acabei optando pela cesárea. O principal motivo foi o medo de que ela "passasse da hora de nascer" e ficar com alguma sequela por falta de oxigênio, enfim. Começaram os preparativos, NÃO PUDE ENTRAR COM NINGUÉM na sala de parto. Mainha e o pai dela ficaram muito preocupados, com aquela "cara de choro". Mas tratei de acalmar os dois dizendo que estava preparada para esse momento. Entrei sozinha, com a barriga e a coragem. Juro que não fiquei nervosa, minha ansiedade para ver o rostinho da minha filha era maior. Em um determinado momento da cirurgia comecei a me sentir um pouco mal, e avisei a enfermeira, acho que era a posição que eu estava, com a cabeça muito deitada. A enfermeira inclinou um pouco a minha cabeça e ficou tudo bem. Tic, tac, tic, tac. Não via a hora de ouvir o choro dela e saber se estava tudo ok. De repente, aquele chorinho lindo invadiu a sala. Minha emoção (encho os olhos de lágrima até hoje só de lembrar), foi a mil. A maior que já senti em toda minha vida, olhar pra ela, dar o beijinho, ver o seu rostinho de anjo. Gente, é indescritível a sensação. Levaram ela para os procedimentos comuns pós-nascimento e aí minha pressão baixou DEMAIS. Os médicos tiveram que correr pra me dar uma medicação e terminar a cesárea. Minha pressão baixou por causa do emocional. Mais uma ansiedade: terminar com aquela cirurgia e ir pro quarto segurar minha filha. Pareciam dias. Além de demorar ainda uns 40min pra finalizarem a cirurgia ainda tem aquela bendita 1h de observação deitada numa maca, olhando pro teto completamente sozinha. Eu estava surtando. Quando finalmente chegou a hora de sair de lá, comecei a sentir os efeitos da anestesia. Um frio, uma ariação. Não lembro de muita coisa, a não ser, claro, de painho me abraçando bêbado no quarto do hospital, emocionado. Passou um tempo e chegou meu anjo no quarto, a coisa mais linda de mainha. Pra amamentar pela primeira vez (colostro). Outras coisas aconteceram na maternidade, mas como o foco aqui é o momento do parto, vou terminar o meu relato aqui. Beijo, mamães e futuras mamães!"

Não sei vocês, mas eu sempre me emociono com relatos de parto, é muito amor. Lindo o da  Karla não é mesmo?

Mamães, venham partilhar conosco o relato de vocês, basta nos enviar um e-mail ou conversar com a gente na fanpage do nosso blog.


2 comentários:

  1. Obrigada pelo espaço, é muito bom compartilhar e conhecer essas vivências :)

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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