19/08/2014

Relato de Parto {Por: Rebeca Buarque}


Vocês perdoam minha ausência? Gente, tá barra dar conta dessa minha rotina nova, dois filhos, marido, casa e trabalho... sentiram meu cansaço? Rs!
Tenho 4 posts completos, prontinhos para virem ao ar, mas sempre tem um contratempo, um chorinho, um "vem cá, mamãe!", ai já viu, acabo adiando. E eu só gosto de acessar o blog com tempo e vontade de estar aqui. Pra sair tudo com carinho pra vocês, claro.

Bom, me muni de coragem e separei 15 minutinhos pra trazer esse relato pra vocês.
Será o nosso primeiro relato de um parto domiciliar.

Semana passa postei aqui, o relato de parto da Rebeca, onde ela conta como a Isadora nasceu. 
Nesse novo relato, a Rebeca nos faz conhecer a historia do João, o seu filho mais novo, que veio ao mundo da forma mais natural, mamífera e cheia de amor que pode existir. Vamos ler?

"Na gravidez de Isadora, sabia que queria um parto normal! Conheci uma médica que falou o seguinte: "Ah, se der tudo certo, quem sabe?" E foi. Fui até o fim tentando lutar e consegui o que chamo hoje de parto vaginal. Pois é, não foi uma cesariana, mas Isadora chegou ao mundo cheia de intervenções, eu sofri, ela sofreu! No fim da primeira gravidez tive contato com pessoas que estudavam e que lutavam pelo gestar, parir e criar com empoderamento, mas deixei passar!
No dia em que soube da gravidez de João, eu e Rodrigo falamos ao mesmo tempo: "Esse nascerá em casa". Estudamos, nos informamos, conversamos....e foi!
Dessa vez foi. Veio João, depois de 10 horas de trabalho de parto, sem nenhuma intervenção (não teve ocitocina sintética (porque natural teve muita), nem anestesia, nem episiotomia), com uma circular de cordão, dentro da bolsa de águas, com 54 cm e 4,100 Kg (nasceu de uma magrela com seus míseros 47 Kg), nasceu e veio pro meu colo (não pra uma sala fria pra ser examinado, pesado, esticado. Não recebeu vitamina K, seu cordão só foi cortado depois de parar de pulsar, nada de colírio nem de sonda anal, nasal...).
Na casa estavam: Danieli (Parteira Tradicional), Maiana (doula), Lígia (minha prima), Carol (amiga), Mainha, Rodrigo e Isadora.



Relato:

Era manhã de domingo 26/05, aniversário de mainha, e naquele momento, o tampão nos avisou que havia chegado a hora. Carol e Lili chegam no começo da noite. Mainha já estava por lá. Preparamos a casa para a festa do nascimento! Caminhamos na rua para mostrar a João que a lua cheia estava à sua espera! E assim foi, à 00:20 o trabalho de parto se inicia de fato. Dani e Maiana chegaram um pouco depois, trazendo seus conhecimentos, tranquilidade e segurança para o momento. As dores aumentavam, os intervalos entre elas diminuíam. Rodrigo, companheiro de todos os momentos não me deixou só. Me segurava, me abraçava e encorajava. Vi, pela janela do banheiro, que o sol estava nascendo, num banho quente que ficou frio (falha na organização) e ali, Dani apareceu e disse que eu poderia ir pra banheira se quisesse. Naquele momento, sabia que estava próximo e fui. Antes de chegar lá passei por um momento de contrações no corredor, me marcou, porque via tod@s se revezando para me manter de cócoras, que era, naquele momento, uma posição confortável. Entrei na banheira mas não fiquei muito tempo. Depois de algumas contrações lá dentro, Dani me chama para fazer um toque (o único) e aí veio a notícia: dilatação completa - 10 cm! Tentei me manter de quatro para o alinhamento do útero, lembro que nesse momento as contrações vinham acompanhadas de sorrisos, e foi quando Dani voltou e me ofereceu a banqueta de parto! Era chegada a hora! As contrações vinham fortes, e o cansaço e ansiedade daquele momento estavam nos rostos de cada um! Em um momento me ofereceram o espelho para que eu pudesse olhar meu João ainda dentro de mim, e olha lá, a bolsa estava íntegra, toquei e senti a bolsa, e a vontade veio com tudo...Rodrigo me segurava pelos ombros a cada contração...e com um grito de mamífera, de mulher chamei o meu João, que me atendeu e nasceu! Lembro do barulho de chuva, lembro do seu pouco choro, de sua tranquilidade ao me olhar, de seu barulhinho com a boca e do seu cheiro, ahh, como lembro de seu cheiro! Isadora que havia dormido toda a madrugada acordou e chegou no quarto exatamente no momento em que ele estava nascendo, numa sincronia perfeita entre irmãos. Eram 8:49 do dia 27 de Maio de 2013. Um dia de cura, de renascimento, coragem, respeito, tranquilidade, amizade, de amor. Sou grata à tod@s que fizeram parte desse momento, os que estavam ali, e os que não. Sou grata à natureza e sua perfeição. Sou grata à vida!"

Sempre que termino de ler sobre um parto domiciliar/natural, fico maravilhada com o ato de parir. Brinco que, daqui a quem sabe, 5/10 anos, eu possa engravidar de novo e parir dessa mesma forma, como uma mamífera que une forças, pra ter a cria nos braços e poder enfim lambe-la, rs. 

Tenho que agradecer novamente a Rebeca, por partilhar mais um relato de parto, tão cheio de amor assim.

E você, quer nos enviar o seu relato? Entra em contato conosco via fanpage ou pelo e-mail. Vamos adorar receber sua historia.

Fico por aqui, um beijo!


1 comentários:

  1. Me emocionei muito com esse relato, Larissa!
    Não tenho filhos ainda, mas me imagino grávida e o parto, quero que seja natural, e com o pai do meu lado me dando forças. O parto no hospital afasta a família (ao meu ver), deixa o pai muitas vezes de fora desse momento tão bonito e íntimo. Relatos como este só me deixam com mais vontade de ser mãe logo, rs.

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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