24/08/2014

Relato de vida. {Por: Camila Menezes)

Hoje eu vou contar a historia da Camila, mas não se trata de um relato de parto. Na verdade, é um relato sobre a vida.  Vocês vão entender o por quê.

Camila é prima de Marcelo, o meu marido. Sempre soube da sua imensa vontade de ser mãe, até que um dia, o celular toca na madrugada, era Caio - o marido dela - nos perguntando sobre a possibilidade de um BHCG dar negativo, rs. 
Eles estavam grávidos, a felicidade era plena. Mas logo tudo virou uma agonia danada, onde ansiedade, medo e amor se misturavam. 

Convidei a Camila a escrever um relato sobre tudo o que aconteceu e ela topou, vamos nessa ler?

" Me chamo Camila, tenho 24 anos, moro em Olinda - PE, mas sou de interior, nasci na cidade de Petrolina.
Namoro com o meu "marido" - não somos casados no papel - há quase 5 anos,  e no final do anos passado resolvemos morar juntos.
Sempre quis muito ser mãe e Caio sempre deixou claro a sua vontade de ser pai. Então, depois de meses dividindo nossas vidas, decidimos para de evitar filhos, rs.
Cheguei a fazer alguns testes de gravidez, quando minha menstruação atrasava. Apesar de não estarmos "tentando" de fato ter um filho, sempre que existia o atraso menstrual, nós nos enxiamos de esperanças. Mas, nada acontecia...
Como eu tenho gastrite, deixei de lado a ideia de engravidar e resolvi tratar meu problema gástrico. Ai, a médica me perguntou se havia possibilidade de gravidez, já que o tratamento não poderia ser feito em gestantes. Por mais que eu tivesse a minha certeza de que não estava grávida, respondi que havia chances sim. Ela findou me passando a solicitação de um exame BHCG.

Duas semanas depois resolvi fazer o exame, para então começar o tratamento, ai veio a grande surpresa: POSITIVO!
Ficamos no céu com a novidade! 
Eu tinha uma USG endovaginal marcada anteriormente, fazia parte do exame preventivo. 
Até então, eu não sentia nenhum sintoma de gravidez, nada de enjoos, azia... 
Enfim havia chegado o "grande dia" de termos uma noção de como estava o nosso baby. Assim que ela colocou o aparelho em mim, perguntei ansiosa, eu só queria ouvir algo tranquilizador. - Dra. eu estou mesmo grávida? Não sinto sintoma algum.
A resposta veio logo: - Calma, ainda é muito cedo para sentir algo, logo você vai ter saudades dessa ausência de sintomas.
E ela continuou mexendo o aparelho, pra lá e pra cá, diversas vezes, mas sem me dizer nada. - Comecei a ficar nervosa - Resolvi perguntar se estava tudo bem, ela não me respondeu nada e começou a falar termos técnicos para a sua assistente. Só depois virou pra mim e soltou a bomba: - Olhe, existe o saco gestacional. Só que, pelo tempo que vocês está já era pra visualizamos a vesícula vitelina. E ela não existe. O que significa que, não haverá embrião. Não consegui prestar atenção em mais nada do que ela falou depois disso. Só consegui perguntar o que eu faria, se seria preciso uma curetagem. Ela só me mandou procurar um médico, e me disse que provavelmente meus hormônios se encarregariam de expulsar o saco.




Sai de lá e liguei para a minha mãe, contei tudo. Não demorou muito e ela ligou de volta, me pedindo calma, dizendo que havia falado com uma ginecologista conhecida que havia dito que, pelo tempo era possível não ver nada mesmo.
No fundo criei um pouco de esperanças, mas a firmeza com que a médica teve ao decretar o resultado do exame, me fez ter certeza de que eu não era capaz de gerar um filho.

Como o exame de sangue que eu fiz era do tipo qualitativo (positivo/negativo), decidi fazer um quantitativo, para acompanhar a taxa de hormônios. O resultado só sairia no final da tarde, que dia demorado! Resolvi ocupar a cabeça com o trabalho, mas de meia em meia hora verificava o site do laboratório. Enfim o resultado saiu 5.988mUI/ml, pela referência eu estaria com 4 semanas. Faria outro beta em uma semana. Semana essa que se arrastou, foi desanimada, com choros noturnos e confesso, pouca fé.
Chegou o dia do novo BHCG! Fiz logo cedo, assim o resultado sairia antes do meio dia, novamente a ansiedade tomava conta de mim Para a minha surpresa, os hormônios haviam triplicado! 
Eu queria acreditar que tudo que a médica tinha me dito, não passava de um erro dela. 
Fui na minha obstetra pela primeira vez, contei tudo, mostreis os dois exames BHCG  e ela me deu esperanças. Disse que haviam chances sim de existir o meu bebê. Me solicitou uma nova endovaginal, consegui marcar o exame para seis dias depois. 
A espera foi terrível, até que me chamara. Eu não tava nervosa não, tava me amostrando! Graças a Deus, Caio estava comigo, como sempre. 
Mal a médica colocou o aparelho e eu disparei: - Tem feto Dra.?
Ela me olhou assustada, tratei logo de explicar tudo a ela. A médica demorou ainda mais alguns segundos até me dizer que sim, existia feto!
Colocou o som do coraçãozinho para escutarmos... não sei de quem era a cara de mais besta, a minha ou a de Caio, rs!
Que felicidade indescritível! Que alívio! Eu era capaz/sou de gerar filhos!
Só felicidade!
Só depois da certeza, enfim eu me senti grávida, com direito a todos os sintomas!

Para alguém que venha a passar por isso, eu deixo um conselho - apesar de saber que é complicado - mantenha sempre a calma. Procure outro médico, escute outras opiniões.

Por fim, quero agradecer a essa mãe, amiga e "prima" incrível, por toda força e apoio que me deu durante tudo isso que passei. Lari Braga, você não existe! Obrigada! "

Eu vi de perto toda a agonia que Camila viveu. A incerteza da gestação e toda a tristeza que os pensamentos negativos traziam. Até que no dia da segunda ultra veio a notícia boa, Camila me enviou via whatsapp o som do coração do seu filho batendo. Ele estava lá!
Eu não me contive, chorei, fi impossível não se emocionar com aquele barulhinho ainda tímido, com som de amor. Fui correndo mostrar a Marcelo que eu estava certa em ter acreditado que existia sim um bebê. Era o coração dele nos mostrando que a vida é muito superior a qualquer diagnóstico médico. 
Lá estava o bebê tão sonhado por Caio e Camila, cheio de saúde e crescendo firme e forte!

E com esse final feliz, eu me despeço de vocês. Um beijo grande e até já já!





3 comentários:

  1. Camila me emocionei lendo esse texto, tão real, tão cheio de vida. Tenho certeza que você vai ser uma grande mãe, muita saúde e muita felicidade pra você é caio, um beijo Audrey Simas

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  2. Eu suspiro de alegria !
    Ah se os médicos soubessem ser mais
    humanizados, menos máquinas. Se soubessem que acima de toda ciencia , existe um Deus que tudo pode e que tem imenso amor por nós.

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  3. Amiga,
    Que emoção sua história, fico feliz com o trabalhar de Deus na sua vida.
    Te desejo toda felicidade do mundo.
    Seja bem vinda ao grupo das Mamães, tudo de bom.

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Eu, a Maria e o José, vamos adorar um recadinho.

 
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