21/08/2014

Relato de Parto {Por: Roberta Silva}


Hoje é a vez da Roberta conta o seu relato de parto. Na verdade, acho que é muito mais do que é um relato, é uma historia que vai servir como exemplo de amor.
Usando as próprias palavras dela, a Roberta renasceu. Depois de um tratamento para engravidar e tantos outros diagnósticos negativos, a Rô estava grávida e daria a luz ao seu menino, o William.
Vamos conhecer um pouquinho mais dessa historia?

"10/11/2011, o dia em que às 16h00 eu morri, para em seguida renascer. O mesmo corpo (ou quase), mas totalmente outra mulher. Pouco restou de  mim, a ainda hoje eu busco um pouco do que eu era.
Para que meu relato faça sentido, vou ter que voltar um pouquinho no tempo. Eu tive dificuldade para engravidar, como milhares de mulheres, se não me engano a maior causa de infertilidade feminina, eu tenho SOP (Síndrome do Ovário Policístico), descobri aos 17 anos, quando já namorava meu marido, que seria difícil, e que um tratatmento seria necessário. Em seguida foi diagnosticado o útero transverso. Namorei 9 anos, estava casada a 5, já com 28 anos eu não tinha mais muitas esperanças e decidi então que não poderia apostar tudo numa coisa que poderia não acontecer, foi quando... eu desisti.  Em março de 2011 eu estava grávida! Mas nada poderia ser assim tão fácil e não foi. Aos 6 meses de gestação fui numa consulta de rotina e sai de lá com uma guia de internação, eu tinha outro problema, ICC (Insuficiência Istmo Cervical), estava com 4,5 de dilatação e precisava fazer uma cirugia com urgência para costurar o útero (a Cerclagem) e tentar salvar meu bêbe. Passei os 3 últimos meses de repouso absoluto, sozinha em casa, com um computador e intenert pesquisando sobre casos como e meu e ficando cada vez mais apavorada. Sofri muito, comprei um negócio de ouvir o coração e cada vez que demorava mais a mexer eu entrava em desespero.


Enfim, chegou o grande dia, cesárea agendada, nem me passou pela cabeça o parto normal, pois teria que retirar os pontos com uma intervensão cirúrgica e ele nasceria em seguida e seria tudo mais arriscado. Acho que ninguém dorme na noite anterior, na verdade a gente já não dorme nas últimas semanas... levantei de manhã, tomei banho e segui para o hospital, com meu marido. Meus pais, minha irmã e minha prima aguardavam no portão do condomínio seguiram para me acompanhar. Internei, exames de sangue, muita fome e... o médico teve uma emergência e meu parto atrasou, como aqueles minutos não passavam... enfim chegou o maqueiro, eu só queria encontrar meu marido, e antes de entrar no centro cirúrgico ele já estava lá comigo, me acompanhou o tempo todo.  O anestesita era o mesmo da cerclagem e lembrou de mim, meu médico de confiança (é o médico da família toda, estou com ele desde a adolescencia), a enfermeira que me acompanhou durante todo o pré-natal no consultório, eu me sentia muito segura. Mas eu passei muito medo durante o repouso forçado e só esperava uma coisa: o choro! Demorou (na verdade não, mas naquele momento parecia demorar muito), quando eu ouvi, o melhor som do mundo, aí meu obstetra o levantou acima do pano e me mostrou, até caiu um líquido no meu rosto, tão lindo, sujo, enrugado, meu filho! Como foi que um dia eu pensei que poderia desistir de ser mãe? Naquele momento tudo mudou em minha vida. Eu precebi que mentia, para mim, principamente, e que ter um filho era sim o grande objetivo na minha vida. Chorei, marido chorou, pose pra fotógrafa, ali eu era só felicidade, o medo foi embora.
A Roberta morreu e nasceu, dia 10/11/2011."

Terminei de ler o relato com muito orgulho da Roberta. Adoro trazer relatos assim para vocês, só pra mostrar que a vida é imprevisível e que ninguém controla o amor, ele brota sem permissão alguma, e muitas vezes se personifica em forma de filhos, como no caso da Roberta. 
Ro, muito obrigada por dividir conosco essa parte tão importante da tua vida, um beijo.

E você, quer nos mandar o seu relato? Entra em contato conosco via fanpage ou pelo nosso e-mail. Vamos amar!



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